- Área: 15 m²
- Ano: 2024
-
Fotografias:Emily Chérrez
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em situações de emergência e contextos pós-desastre, nos deparamos com territórios e comunidades onde se sobrepõem problemas que já não são apenas técnicos e materiais, mas também sociais, econômicos e ambientais. Nesse sentido, o Abrigo de Emergência Feito com Materiais Ecológicos (#PRE-EC) surge como uma resposta de aplicação prática à necessidade urgente de alojamentos temporários para comunidades vulneráveis em situações de emergência.
O projeto foi desenvolvido pelo grupo de pesquisa LabVIS Guayaquil e a Unidade Acadêmica de Pesquisa Ecomateriais, com o apoio da Faculdade de Arquitetura e Design e do Vice-Reitorado da Universidade Católica de Santiago de Guayaquil. Esta pesquisa contou com o apoio do projeto "Reativação econômica local pós-pandemia da província de Manabí por meio do fortalecimento da construção sustentável com bambu", financiado pela AECID e executado pelo INBAR em coordenação com outros atores locais.
A ideia central do projeto é oferecer uma resposta humanitária por meio de uma solução de abrigo que funcione como a semente de uma habitação incremental, permitindo adaptações e expansões. Nesse sentido, pretende-se superar a abordagem da maioria dos abrigos que são temporários e que apenas respondem à situação de emergência, por um conceito de abrigo que já é a semente de uma futura habitação que irá crescer e se consolidar ao longo do tempo. Isso é alcançado por meio de um sistema modular que permite o crescimento progressivo da habitação e a adaptação dos espaços internos às diferentes necessidades que surgem com as transformações dos modos de habitar das famílias.
Para alcançar esse objetivo, propõe-se um kit de construção que inclui os componentes pré-fabricados, materiais e ferramentas que, por meio de um manual de montagem simples e intuitivo, permite que as famílias construam seu próprio habitat. Os componentes pré-fabricados deste kit são feitos principalmente com bambu e outros materiais ecológicos compostos por fibras naturais agroindustriais.
Por um lado, incorpora-se o bambu em painéis de fechamento e na estrutura como símbolo de identidade local, que aporta versatilidade, resistência e um baixo impacto ambiental; por outro, o uso de fibras de resíduos agroindustriais para a fabricação de painéis com foco na economia circular que, em última instância, permitiria às famílias cultivar a matéria-prima com a qual construirão as próximas fases de sua habitação.
A formalização do módulo habitacional baseia-se na interpretação da cabana tropical: palafitas de concreto para se elevar do solo e resolver o problema da umidade devido às enchentes; uma envoltória permeável que permite a ventilação cruzada; e uma cobertura elevada com amplos beirais que protegem do sol e da chuva e permitem a saída do ar quente pelo efeito chaminé.
O refúgio de emergência se torna uma resposta local, eficaz e ambientalmente responsável frente à problemática global dos desastres naturais, e uma solução realista para os habitats de emergência tão necessários no contexto latino-americano, especificamente no Equador.
