
- Área: 1586 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Jean-François Tremege

Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no Domaine de Bômale, em Saint-Denis-de-Pile (Gironde), o centro cultural BOMA engloba a construção de uma midiateca que abriga uma ludoteca, espaços digitais, uma filial da biblioteca municipal e departamentos de serviços sociais e culturais, como assistência jurídica e suporte administrativo. Além disso, inclui uma sala de espetáculos com capacidade para 130 pessoas e a reabilitação da chartreuse, que passa a sediar cerimônias de casamento, reuniões do conselho municipal, uma sala de recepção, oficinas temáticas e escritórios.




Nosso objetivo foi integrar o projeto de forma discreta à paisagem, ao mesmo tempo em que garantimos sua identificação como um importante equipamento público local. Para isso, exploramos as características do local e seu entorno, criando uma composição sóbria e refinada que valoriza a atmosfera do espaço e dialoga com a arquitetura existente e a paisagem. Posicionada ao longo do muro de pedra que delimita a propriedade, a midiateca marca a entrada do parque. Sua estrutura térrea é definida por duas linhas horizontais que enquadram a paisagem: o terraço de madeira e o beiral em balanço de seis metros de largura que envolve todo o edifício. A combinação da transparência do vidro com o calor da madeira permite que o projeto se integre de maneira sutil ao ambiente natural.

A fachada transparente junto à entrada principal possibilita a visão através do edifício desde a rua, criando uma continuidade visual entre o espaço público e o parque. Projetado como um espaço de encontro onde diferentes atividades e públicos se misturam, o centro utiliza a transparência para estimular a interação. Desde o acesso e a recepção, as áreas públicas — organizadas em torno de dois pátios que se conectam da praça ao parque — convidam à circulação e à descoberta do centro. Algumas áreas, como o espaço de contação de histórias para crianças e as salas de trabalho, oferecem ambientes mais tranquilos e privativos, sem perder a conexão visual com o restante do espaço. Voltada para o parque, a fachada totalmente envidraçada se abre para a paisagem da grande campina, enquanto o terraço de leitura amplia os espaços internos para o exterior.



As áreas públicas são protegidas por uma estrutura metálica e contam com fachadas cortina mistas de alumínio e abeto, totalmente envidraçadas. Os espaços administrativos e mais privativos possuem paredes de concreto revestidas com painéis triplos e ripas de abeto, aplicados de maneira contínua nas fachadas e nas paredes internas. Persianas de madeira, feitas dos mesmos materiais, são instaladas diante de portas e janelas, permitindo bloquear a entrada de luz. Quando fechadas, essas persianas ocultam completamente as aberturas, conferindo à fachada um aspecto uniforme e sem janelas aparentes. Um caminho pelo parque conecta o novo edifício à chartreuse restaurada, onde preservamos ao máximo a integridade histórica e os materiais originais.
