
-
Arquitetos: Mário Martins Atelier
- Ano: 2024
-
Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG

Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa Morena situa-se num lote com frondosos pinheiros onde a vista se perde pelo verde da envolvente e pelo azul imenso de uma Baía. As árvores marcam o sítio, determinam a intervenção e desenho reticulado da casa.

Do local retira-se algum do xisto que construíram as paredes maciças, que marcam o embasamento da casa, que se desconstrói em muros, cada vez mais baixos, que se separam da casa para se fundir com o jardim. Um embasamento natural e neutro, em estado bruto, que emerge do chão para contrastar com a evidente leveza do piso superior, branco e liso, constituído por camadas horizontais, que se soltam e flutuam para procurar a sombra da copa dos pinheiros existentes.

Um passadiço permeável mistura-se com o jardim para estabelecer a entrada do lote com a entrada
da casa, no piso 0. Este piso, de caráter mais social, é constituído por um hall de entrada, aberto e transparente, onde se desenvolvem as escadas de acesso entre os pisos. Neste piso 0, ao nível do jardim, coexistem uma sala comum, cozinha, lavabo e escritório, bordejados por um amplo envidraçado, que se abre para deixar entrar o verde do jardim e convidar a viver no exterior, sob um grande terraço coberto, onde se permite viver intensamente e gozar os prazeres de um clima ameno e das vistas que se estendem até ao horizonte.

A longa piscina delimita o terraço e estabelece a transição entre o edifício e um jardim natural, de espécies pré-existentes, endógenas, de baixos recursos hídricos.

No piso superior, localizam-se os quartos abertos para um terraço e pátios, de onde se garante ainda o acesso a um outro terraço superior, invisível, encastrado na cobertura.
Os terraços e pátios abrigados, são locais exteriores privilegiados, de onde se permite grande tranquilidade e vistas fantásticas. São espaços recortados, de íntima convivência geradores de diferentes sensações.

Na cobertura localiza-se ainda, de forma oculta um conjunto de equipamentos, que permitem aproveitar o sol para elevar e eficiência energética e aproveitamento de águas. Uma área suplementar de cave garante o estacionamento, arrumos e outras áreas técnicas.

A casa é um todo, interior e exterior, de linhas simples, depuradas e contemporâneas, com uma certa leveza e equilíbrio visual, que se deixa moldar pela envolvente, com quem importa promover o respeito e identificação arquitetónica.

O branco, cor predominante na região, reveste exteriormente o edifício, reforça as sombras, para amenizar a sua presença e criar uma interação cromática com materiais naturais utilizados; a madeira e pedra da região, que revestem algumas paredes e muros circundantes.

Uma casa simples, que se quer discreta e que se deixa tomar pelo sítio, para se tornar num lugar aprazível e numa paisagem consciente.
