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Arquitetos: MOMENTUM Architects
- Área: 1544 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Shengliang Su

Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do Centro Cultural Qingshan está localizado na Vila Qingshan, uma área experimental para arte e arquitetura rural em Hangzhou, China. O terreno está situado ao sul da vila, com vistas para as montanhas ao norte. O projeto estabelece um diálogo entre a arquitetura, a comunidade local e o ambiente natural, utilizando essa interação como base para uma análise crítica da forma arquitetônica.

Este projeto desafia a compreensão superficial do formalismo, que reduz o volume a um mero objeto. Em vez disso, ele desloca a atenção do edifício inteiro para suas partes, investigando as lacunas entre elas. Foca nas qualidades independentes, fragmentadas e amorfas dessas partes, analisando as forças que as interconectam e a experiência arquitetônica que emerge dessa interação. A massa do edifício, composta por volumes entrelaçados e empilhados, reflete a paisagem natural de rochas e terrenos. As lacunas entre esses volumes permitem que a luz solar e o ar fluam livremente, criando um espaço permeável e respirável que integra o edifício ao seu ambiente e promove a interação humana.



A escada, semelhante a uma trilha de montanha, liga a praça pública aos vários níveis do salão, misturando espaços funcionais e sociais. Ela incentiva a interação, oferecendo um espaço flexível que evolui à medida que a comunidade se move por ele. A relação da escada com o edifício fomenta o diálogo entre pessoas, espaço e função, proporcionando uma experiência mais orgânica se comparada com fachadas convencionais.


O artesanato local desempenha um papel fundamental no projeto, com materiais como argamassa de barro e tecelagem de bambu obtidos diretamente da vila, preservando o charme da arquitetura tradicional. O corrimão da escada é feito de bambu, tecido por artesãos locais, com suas variações rítmicas ecoando o movimento humano. A argamassa de barro utilizada nas paredes também é obtida diretamente da vila, refletindo os tons simples, serenos e quentes da arquitetura tradicional da vila Qingshan. Esses elementos ajudam a manter uma sensação de continuidade cultural, criando uma ponte entre a tradição e a prática arquitetônica contemporânea.


Em última análise, o projeto critica a natureza rígida da arquitetura contemporânea, propondo uma forma responsiva que prioriza o envolvimento sensorial e a interação social. Ele enfatiza o potencial da arquitetura para se integrar à natureza, à cultura e à experiência humana, promovendo uma conexão mais profunda entre o ambiente construído e seus ocupantes.
