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Arquitetos: WAU Design
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Fotografias:Siming WU

Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada em Wuyang, uma cidade costeira na região de Zhanjiang, Guangdong, com mais de mil anos de história, a Estação Cultural de Wuyang foi concebida para celebrar o patrimônio histórico e cultural local, fortalecendo a identidade da comunidade—um aspecto essencial da revitalização rural. Para viabilizar essa iniciativa, o governo destinou um terreno na parte norte do pátio da sede administrativa da cidade para a construção de um centro cultural. Com um programa diversificado, o espaço contará com um salão de exposições históricas e culturais, áreas para mostras temporárias, salas de conferência e uma biblioteca. O terreno, de formato irregular, é delimitado pelas vilas ao oeste e norte e se estende até a Primeira Rua de Wuyang, a principal via da cidade, ao leste.


O projeto arquitetônico adota um telhado inclinado em duas direções, formando um ângulo de 16 graus alinhado às divisas leste e oeste. Os espaços funcionais seguem um layout compacto em "L" ao longo das bordas da vila, criando uma ampla área aberta que atua como um "corredor de vento," garantindo ventilação eficiente e conexão direta com o litoral. Unificados sob um beiral contínuo, esses ambientes apresentam variações na altura do teto e corredores semifechados, promovendo integração e fluidez. A brisa do mar circula sob os beirais, criando uma atmosfera agradável que remete à sensação de "abrir as janelas para receber uma brisa suave."



A estratégia de fragmentação volumétrica responde às condições climáticas e evita a rigidez visual de grandes edificações, estabelecendo um diálogo harmônico com as residências autoconstruídas do entorno. Os espaços semifechados sob o amplo telhado permitem uma transição fluida entre interior e exterior, conectando o cotidiano da comunidade à sua história. As sutis variações na altura dos tetos enriquecem a experiência espacial, descrita como "subir a plataforma para ver o mar." Caminhos sinuosos criam conexões visuais entre as casas e as ruínas do Portão Sul da cidade, reforçando a narrativa histórica do local. Corredores semifechados e uma praça elevada transformam a estação cultural em um ponto de encontro comunitário, abrigando feiras, encontros para chá e exposições, dinamizando a vida local.


O projeto incorpora referências culturais por meio de protótipos espaciais: os beirais baixos voltados para a rua principal evocam a varanda de um templo, enquanto os degraus ascendentes e o telhado elevado remetem à linguagem emotiva da arquitetura tradicional. A separação entre a estrutura de aço do telhado e o corpo de concreto evidencia os elementos construtivos, evocando sutilmente a carpintaria dos salões ancestrais. Na entrada, um painel decorado com 836 tijolos da Dinastia Ming cobre as fundações de uma antiga muralha, revelando as camadas históricas do local em uma narrativa de "exposição arqueológica."


Para integrar-se à paisagem local, a construção utiliza materiais familiares, como tijolos vermelhos, terrazzo lavado, telhas e chapas de aço galvanizado. A escolha dos materiais também levou em conta a economia: as chapas de aço galvanizado perfiladas funcionam tanto como forro quanto como cobertura, reduzindo custos com andaimes, enquanto as pedras de ardósia azul foram reaproveitadas de projetos paisagísticos. Essas técnicas construtivas "de baixa tecnologia" preservam a textura das moradias tradicionais e reforçam o caráter público da vida rural contemporânea.

