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Arquitetos: FIRM architects
- Área: 350 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Luis Díaz Díaz
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Fabricantes: Baxi, DANOSA, Madefon, Siero Lam

Descrição enviada pela equipe de projeto. A antiga câmara municipal de A Fonsagrada (1845), em desuso desde o ano 2015, se torna com este projeto o espaço onde a prefeitura poderá mostrar à sociedade a coleção que foi doada pela família do desenhista Antonio Fraguas "Forges" após seu falecimento em 2018.


A proposta para o Centro Cultural Forges aborda alguns dos conceitos básicos de intervenção no patrimônio construído. A leitura e análise das diferentes etapas, usos e intervenções que ocorreram no edifício permitem detectar quais agregaram valor e quais atuaram contra as lógicas originais da construção. Nesse sentido, o primeiro trabalho a ser realizado foi de limpeza e seleção, assim como de consolidação dos elementos estruturais deteriorados.


Por outro lado, um dos grandes desafios de introduzir um uso museológico em uma construção desse tipo foi a adaptação da preexistência à normativa vigente, especialmente no que diz respeito a questões de acessibilidade, proteção contra incêndios, controle de temperatura e umidade ou eficiência energética. Assim, foi recuperado o pátio original da construção, que havia sido coberto com uma abóbada de metacrilato na década de 90, delimitando-o com o surgimento de uma nova fachada formada por elementos estruturais de madeira laminada, que funciona ainda como dispositivo de controle e captação solar.

Já no interior, aproveitam-se os espaços gerados pelos muros de alvenaria existentes para desenvolver o programa de necessidades da maneira mais elementar possível, adicionando exclusivamente um núcleo de circulações e outro de serviços.


O térreo é entendido como um espaço de relação com a rua, no Centro Histórico da vila e ao lado do Caminho Primitivo de Santiago. Dessa forma, nele se localizam o futuro centro de turismo, o hall do Centro Cultural e uma sala de usos múltiplos extensível ao pátio recuperado. Por sua vez, o primeiro andar se distribui em três salas de exposição que podem funcionar de maneira conjunta ou independente.


No que diz respeito ao uso de materiais e recursos, partiu-se da premissa de utilizar materiais e mão de obra locais, tentando torná-lo viável tanto a nível econômico quanto ambiental. Nesse sentido, entende-se a reabilitação do patrimônio existente como um dos conceitos mais básicos de sustentabilidade. O abandono de infraestruturas e tecido urbano é improdutivo e desnecessário.
