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Arquitetos: Marise Calçavara Arquitetura
- Área: 630 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Marco Luty

Descrição enviada pela equipe de projeto. Três, simbologia numérica que habita no horizonte das conexões. A casa da mata em seus três pavimentos, se esconde por entre as vegetações, ao mesmo tempo em que se abre para elas, por meio de seus vidros recuados, o observador contempla o seu entorno, e no caminhar da deriva transita nos longos pátios que conectam o dentro e fora ao mesmo tempo. Um terreno de 12x30, com exigências de recuos e o sonho de uma construção que abrangesse todo o plano de necessidades do cliente, foi um desafio que se tornou uma produção de sentidos, texturas e estudos.

Diante de encontrar a proporção da casa ao terreno, com a leveza da estrutura em concreto armado e com proporções delicadas para criar a conexão com a área de vegetações nativas ao lado, o esforço do pensamento rizomático se fez presente; recuar as vigas e delas brotaram o uma solução técnica. Para quem está de fora, possibilita a experiência para o olhar diante de uma vista linear das duas lajes que aparentemente parecem estar num balanço limpo e leve. Para os dias de verão, uma piscina na cobertura com uma vista para o pôr do sol, vislumbrando o laranja efêmero que vai embora levando o dia. Ao que poderia se tornar uma trava no projeto, trouxe uma solução: a profundidade da piscina desenha o teto da sala de tv, com um pé direto mais aconchegante abraça a casa no conforto do dia-a-dia. Então, em pequenos diagramas no papel diante da mesa surgiram as três áreas fundamentais que percorrem o terreno, no subsolo, aproveitando a topografia com caída de três metros: a circulação e a garagem, no miolo da casa: o coração, a área comum que se abre para a mata lateral, e num retângulo a área intima e por fim na cobertura a área de lazer que faz jus ao mirante que abriga a piscina, os jardins e a contemplação da liberdade.



Como projetar algo que pareça ser leve e ao mesmo tempo que se conecte com a natureza? Uma das dúvidas que acompanharam todo o decorrer do processo criativo, e ao final, a obra só se fez por causa do desenho de sua estrutura. Uma escada que conecta todos os ambientes, num vai-e-vem escultural produziu uma fascinação de pura caixaria e concreto, num íntimo rabiscar entre vãos. Três. Natural. Hermético. Agora, a arquitetura foi escrita, depois do desenho, depois da técnica, depois da execução. - A poesia abraçou a casa, como quem abraça um amor.
