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Arquitetos: Keshaw McArthur
- Área: 290 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Biddi Rowley, Samuel Hartnett

Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada na vasta paisagem montanhosa de Crown Range, na Nova Zelândia, a Openfield existe como um objeto de pura geometria. Rejeitando as distinções entre espaços interiores e exteriores, a casa é projetada como uma ferramenta para viver dentro do contexto natural, um diálogo entre o orgânico e o inorgânico, uma celebração da conexão autêntica com a terra.


Com um conceito depurado, desenvolvido em colaboração com o estúdio britânico Matheson Whiteley, a dinâmica espacial é reduzida ao essencial. O design, simples e honesto, dialoga harmoniosamente com a força primordial da paisagem, sustentado por uma visão poética que busca conectar as pessoas à sua experiência humana — ao corpo e à mente, tanto de forma individual quanto integrada.





A planta quadrada e o telhado de chapas onduladas remetem às construções históricas da região, como as cabanas de mineradores e os galpões agrícolas. A malha estrutural foi projetada de forma racional para permitir a flexibilidade de abertura e fechamento dos espaços internos, adaptando-se às necessidades dos ocupantes. O interior configura um campo contínuo, onde volumes robustos de concreto oferecem estabilidade e contraste com a fluidez dos ambientes intercambiáveis. No coração da construção, uma ampla lareira aberta se eleva do solo, ancorando o espaço. Essas massas sólidas de concreto se integram à paisagem montanhosa, servindo de base para as caixas de cedro que se agrupam sob um telhado metálico de linhas simples.

A contenção material segue uma hierarquia de elementos, onde a materialidade e a construção se fundamentam em uma ideia abstrata: caso os elementos leves eventualmente colapsassem, o que permaneceria seria uma ruína de volumes pétreos emergindo da terra, como vestígios sólidos e atemporais da estrutura.




Um perímetro interno, inspirado no tradicional en japonês, libera as paredes exteriores e estabelece um intervalo — uma pausa, um limiar expandido. Dentro dessa zona, portas de correr ocultas deslizam discretamente, fundindo-se às massas sólidas e reforçando a continuidade espacial, em sintonia com o caminho externo que circunda a construção. No centro desse limiar, um pequeno muro de concreto define e enfatiza a transição dentro do campo contínuo. Sobre ele, um sistema de trilhos externos sustenta grandes portas de vidro de correr e painéis de madeira, que parecem flutuar suavemente acima do solo. Quando abertas, as portas desaparecem lateralmente, fundindo-se à parede e dissolvendo a fronteira entre o permanente e o efêmero, entre a solidez e o movimento.






Com esses sistemas intrincados, a pureza da planta ganha substância através de elementos de expressão arquitetônica. A estratégia de design serve para reter a energia bruta em todo o local, moldando a casa como um lugar de descanso para uma família com um estilo de vida ativo, uma oferta semelhante à noção de deitar-se sob uma árvore à tarde. Junto à utilidade essencial, é dada ênfase crítica a uma paleta de materiais brutos e autênticos, cujas texturas e tons são uma integração coesa de pedra natural e madeira, estabelecendo a sensação de que este volume sempre existiu.
