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Arquitetos: Comas-Pont arquitectes
- Área: 900 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Adrià Goula

Descrição enviada pela equipe de projeto. O entorno da praça de Riells é formado pelos penhascos de Gallifa e d'en Bertí, um terreno acidentado de pedra calcária com terra avermelhada. A proposta visa recuperar o centro histórico reforçando o diálogo com a paisagem ao redor.

Seu núcleo histórico, em torno da igreja de Sant Vicenç e do cemitério, ambos do século XI, é pavimentado com tijolos maciços avermelhados, lembrando a tonalidade das falésias que cercam a vila, conseguindo integrar a imagem final na paisagem natural e formar um conjunto unitário em torno da igreja. Propõe-se uma plataforma única para favorecer a acessibilidade e devolver o espaço ao cidadão, além de uma iluminação suspensa que remete às festas populares e ao seu passado como vila de veraneio.


A praça. O poço existente na praça é recuperado como ponto central da geometria do novo pavimento para a coleta de água e localização da nova fonte (o refresco). Um banco linear (o descanso) acompanha a igreja, criando áreas de permanência sem perder a versatilidade da praça, enquanto resolve os problemas de umidade que afetavam a nave interior. Uma árvore (a sombra), que dialoga com a figueira existente na parte superior do campanário, oferece sombra na área de permanência.

O Mirante. Na área do Mirante, o desnível existente é resolvido com a introdução de uma escada-tribuna e propõe-se um corrimão maciço que oculta as edificações da varanda inferior, realçando as vistas para as falésias d'en Bertí.


Espaços coletivos. O projeto transforma um espaço ocupado por veículos em um espaço para o cidadão, amigável, tranquilo, que restabelece a vida pacata da comunidade onde as crianças podem brincar enquanto os pais socializam e os idosos descansam no banco, promovendo a boa vizinhança. Uma arquitetura democrática, para ser vivida por todos em igualdade de condições. Nesse contexto, os elementos naturais valorizados são:

A água. A intervenção recupera a memória do lugar, descobrindo o poço histórico fechado e transformando-o em protagonista. Toda a geometria radial da praça se concentra no ponto médio do poço, enquanto se amplia a grade de proteção, integrando a coleta de água da chuva e da fonte, sem contaminar o poço.

A terra. As terras avermelhadas ao redor se solidificam em um tijolo maciço (30x5x5 cm) que resolve o pavimento, o banco e os degraus, introduzindo a paisagem e seus tons no núcleo antigo da vila. Esta poética do espaço cria um sentido de pertencimento ao lugar, com sua paisagem, seu ritmo lento e os sons próprios da natureza.
