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Arquitetos: Architectus
- Área: 22000 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Trevor Mein, Shannon McGrath

Descrição enviada pela equipe de projeto. O Edifício de Pesquisa em Saúde e Medicina da Universidade Flinders (HMRB) foi projetado como uma extensão natural da paisagem, inspirado nos afloramentos ocres das Adelaide Hills. Localizado ao longo do trajeto de pedestres que liga a estação ferroviária à universidade, sua arquitetura emerge organicamente do terreno, refletindo as camadas geológicas da Rainbow Country. A inclinação do terreno — com um desnível de 14 metros — influenciou diretamente o projeto, resultando em uma estrutura que parece incrustada na história e na topografia do lugar.



Em colaboração com o Painel Consultivo de Narrativa Cultural e Arte Indígena — que inclui o Dr. Tio Lewis Yarlupurka O'Brien — o projeto incorpora marcos importantes para o povo Kaurna, como Patawalonga, Tjilbruke Springs, Mount Lofty e Mount Bonython. A fachada, revestida com azulejos de terracota e lâminas de alumínio, remete às camadas sedimentares da paisagem local, com as lâminas direcionando sutilmente o olhar para esses locais culturalmente significativos.

O Edifício de Pesquisa em Saúde e Medicina promove a colaboração e o engajamento comunitário ao abrir-se ao público por meio de um átrio ativo, com café, salas de reunião e espaços versáteis para eventos. Uma escadaria central estimula o movimento e a interação, com corrimãos gravados com mensagens sobre saúde e bem-estar. Ao longo do edifício, uma combinação de áreas abertas de trabalho, salas silenciosas e espaços sociais atende a diversas necessidades de pesquisa e atividades profissionais.




Janelas do chão ao teto desfazem as barreiras entre interior e exterior, preenchendo os ambientes com luz natural e oferecendo vistas para os jardins ao redor. Terraços verdes, elementos de design biofílico e um átrio de inverno contribuem para o bem-estar dos ocupantes. Jardins indígenas com plantas medicinais enriquecem o espaço externo, criando um ambiente de contemplação em meio à movimentação do campus.

A arte tem papel fundamental na incorporação das narrativas indígenas à estrutura do edifício. Um design Kaurna Kuri, do artista indígena James Tylor, aparece na fachada e nos painéis do teto, simbolizando a convergência entre conhecimento e songlines. Esculturas suspensas em forma de cestarias, criadas pela artista Ngarrindjeri Aunty Yvonne Koolmatrie e inspiradas na planta Acácia, celebram as tradições medicinais dos povos originários. Esses elementos, junto ao jardim de plantas medicinais, reforçam a conexão entre cultura, aprendizado e saúde.


Projetado para apoiar pesquisas de ponta, o edifício oferece laboratórios PC2 — tanto úmidos quanto secos — com flexibilidade para se adaptar às necessidades científicas em constante evolução. Os espaços de pesquisa, abertos e fechados, equilibram colaboração e concentração, enquanto consultórios e salas de reunião reserváveis ampliam a acessibilidade. A infraestrutura digital do prédio recebeu a certificação Platinum WiredScore — a primeira para um instituto de pesquisa médica — garantindo conectividade de padrão internacional.



A sustentabilidade é um pilar essencial no projeto. O edifício funciona com 100% de energia renovável, proveniente de painéis solares fotovoltaicos e energia eólica. Sua orientação reduz a carga térmica, e a fachada envidraçada bloqueia 75% do calor solar. Brises regulam a ventilação passiva, otimizando o conforto térmico. Com metas de certificação WELL e LEED nível Ouro, a instalação prioriza tanto a responsabilidade ambiental quanto o bem-estar dos usuários.

A paisagem ao redor, projetada pelo escritório Oxigen, cria uma conexão fluida entre a universidade, os hospitais e a estação Flinders, transformando o edifício em um verdadeiro portal de entrada ao campus. Elementos de urbanismo cuidadosamente planejados — como vegetação nativa, caminhos sombreados para pedestres e arte pública — incentivam a interação e consolidam o Edifício de Pesquisa em Saúde e Medicina da Universidade Flinders como centro de pesquisa e ponto de encontro da comunidade.