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Arquitetos: udeu arquitectura
- Área: 52 m²
- Ano: 2024
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Fotografias:Julio Ungidos

Descrição enviada pela equipe de projeto. Nosso objetivo com este protótipo é testar um conceito de casa mínima com alta qualidade baseado nos princípios da arquitetura passiva e sistemas de construção eficientes. Este conceito se conecta com seu entorno imediato, mantendo-se economicamente viável. A segunda residência de pequeno formato é idealizada como uma possível instalação para aluguel voltada ao turismo sustentável e consciente — aquele que busca descobrir, desfrutar e interagir com o ambiente local.


O pequeno refúgio, como uma fuga da rotina, inserido no imaginário coletivo pelo retiro existencial de Martin Heidegger em sua cabana na Floresta Negra, é uma referência recorrente entre arquitetos que escreveram ou desenharam a história da arquitetura moderna.

Desde o Le Cabanon de Le Corbusier, a expressão mínima definitiva de um refúgio, ou a casa experimental de Alvar Aalto em Muuratsalo, até o Pavilhão Solar de Alison e Peter Smithson no Upper Lawn, arquitetos exploraram modelos livres do peso das necessidades diárias e da intensidade da vida urbana. Menores do que uma habitação convencional, esses espaços oferecem uma experiência imersiva no entorno imediato e promovem uma maneira simples, mas efêmera, de habitá-los.


A pequena arquitetura, em escala paisagística, há muito tempo está ligada à existência de construções tradicionais, ao patrimônio da arquitetura vernacular que, devido à sua simplicidade e austeridade, sobrevive até os dias de hoje em estado precário.

A integração da arquitetura rural na paisagem muitas vezes se limita a perpetuar as características da tradição e da arquitetura do passado. O patrimônio cultural deve ser preservado e protegido quando existe. Mas o que acontece quando ele não existe?

E se recuperássemos conceitos como sustentabilidade energética e economia circular? E se trouxéssemos de volta a reversibilidade que antes era oferecida por paredes de pedra seca ou terra batida? E por que não fazer isso construindo arquiteturas mínimas, reversíveis, eficientes e sustentáveis? Construções industrializadas montadas em oficinas são feitas sob medida porque a padronização de processos substituiu a padronização de produtos, tornando possível considerar o que é necessário em cada caso, em cada lugar e em cada momento.


O PAVILHÃO ERA propõe uma reconstrução simbólica daquele espaço essencial uma vez corporificado pelos tradicionais "masos" e "masets" (construções rurais típicas da região da Catalunha) Busca reinterpretar o legado da arquitetura vernacular através de uma linguagem contemporânea, utilizando tecnologias e materiais atuais, enquanto permanece fiel às tradições construtivas. Pensando a arquitetura rural com uma visão para o futuro, mantendo um olhar respeitoso para o passado.

A sustentabilidade e a eficiência definem as diretrizes de novas formas de projetar e construir, incorporando conceitos que se tornam cada vez mais indispensáveis. Reduzir o consumo de energia por meio da otimização do desempenho, romper com a dependência de fontes não renováveis e minimizar o impacto ambiental nos conduz à adoção de estratégias de design profundamente conectadas à arquitetura vernacular e a uma compreensão sensível das características do lugar onde a obra se insere.
