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Arquitetos: hg arquitecto
- Área: 209 m²
- Ano: 2022
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Fotografias:Gustavo Frittegotto


Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno faz parte de uma urbanização de nova formação, concebido com a lógica de um bairro fechado, com um traçado totalmente diferente. O lote está no final de uma rua em cul de sac, tendo 4 de seus lados em situação de empena ortogonal + uma face curva que se alinha com a edificação. A primeira decisão foi construir uma casa entre empenas, materializando as bordas, descartando a ideia de um volume isolado. Assim surge a fachada contínua e curva.


A segunda foi pensar em um único volume. Por isso, a casa se sujeita a esses 3 limites e começa a crescer para o interior, fechando-se para a rua e, à medida que adentra ao terreno, afina em direção ao centro, separando-se da empena para criar pátios ao seu redor. Ao mesmo tempo, cresce para cima, gerando um segundo andar, para não esgotar o solo e estratificar os usos, mantendo no térreo os espaços mais abertos, o social, e deixando para o andar superior os espaços destinados ao descanso e à contemplação, a zona privada.

Tomamos a curva como elemento projetual, definindo assim a fachada e um volume estilizado. O recurso também é levado para o interior, em dois espaços que articulam a casa, o volume de entrada e a escada que divide duas salas contíguas ao mesmo tempo em que comunica com o andar superior.

A orientação é de sudeste a noroeste, recebendo sol o dia todo. A fachada oeste no térreo recua, gerando um sistema de galerias que protegem a casa da radiação direta do sol poente, ao mesmo tempo em que cria espaços típicos de nossa cultura. Por economia e rapidez de execução, escolhe-se o tijolo aparente como material construtivo e de acabamento, tanto em paredes quanto em telhados e pavimentos externos. Opta-se por um padrão simples que facilita a construção da curva.

As galerias e os acessos voltados para a rua definem os vazios da composição, formando uma primeira camada marcada por planos de tijolo aparente com uma única grande abertura. O muro de fechamento, onde se concentram todos os orifícios, portas e janelas, recua para um segundo plano. Para reforçar essa ideia, altera-se o acabamento e aplica-se reboco.

Com a combinação dessas últimas decisões, consegue-se um volume monolítico, com 2 fachadas principais, a da rua com um extenso muro curvo e a interior com uma galeria-corredor de 9,00 metros sem pilares, percebendo o andar superior como uma grande ponte que passa sobre o inferior, que termina em um muro cego e ao chegar no solo se desmaterializa em 2 apoios pontuais, finalizando o volume, delimitando a galeria e configurando a casa.
