Foram divulgados os resultados do Concurso Para Estudantes e Jovens Arquitetos “Museu Internacional de Astronomia IMOA no Deserto de Atacama”, em que o júri, depois de examinar cuidadosamente todas as propostas apresentadas, realizou sua avaliação em duas fases para unificar critérios e emitir um veredito o mais fundamentado possível.
Para Arquideas, o objetivo deste concurso para estudantes de arquitetura e jovens arquitetos, International Museum of Astronomy (IMOA) em Atacama (Chile), foi a criação de um centro de aprendizado e observação do céu para os amantes do turismo astronômico. Este tipo de atividade, que provoca a chegada de milhares de turistas às terras chilenas, provenientes de outros continentes como Europa, Ásia ou Austrália, pode ser profissional ou amador e busca o prazer oferecido pela experiência de aprendizado e descoberta dos céus.
Na sequência apresentamos as propostas vencedoras do Primeiro, Segundo e Terceiro lugar do Concurso para estudantes e jovens arquitetos “Museu Internacional de Astronomia IMOA no Deserto de Atacama”, além daquelas que obtiveram Menção Honrosa.
PRIMEIRO LUGAR: IMOA 1409
Autor: Juhee Han
Universidade: Ecole Nationale Supérieure d'Architecture de Paris Malaquais, França
Destaca-se nesta proposta o uso de uma geometria simples e discreta, de acordo com a localização, gerando um impacto mínimo no entorno geográfico. Valoriza-se com os usos que ocupam o gesto arquitetônico parcialmente, sem ajustar-se a todo o contorno e levantando-se em uma seção assimétrica que evidencia o grande vazio central de uma forma muito atrativa. Estas formas que implicam deslocamentos lentos são muito apropriadas em um edifício para amantes do turismo astronômico, convidando a um uso descontraído dos espaços em que se conhece e observa o céu. A utilização do lago artificial e as superfícies refletivas para ampliar as perspectivas do céu tem um resultado muito interessante e poético, além de não enquadrar as vistas, o que dá aos visitantes a total liberdade de observar cada ponto dos céus.
SEGUNDO LUGAR: IMOA 1214
Autor: Potemkowski Paweł, Urszula Chomiak
Universidade: Westpomeranian University of Technology, Polônia
Destaca-se a limpeza, a escala e a profundidade poética, a simplicidade geométrica da proposta que consegue marcar uma diferenciação em relação à paisagem, um círculo puro descansando no terreno ondulante, como um marco reconhecível na vastidão do deserto, enquanto mantem uma escala pertinente ao visitante. Conecta a quietude do deserto à pureza do universo, incentivando a reflexão profunda ao eliminar a complexidade do programa que se encontra sob a terra, deixando somente o marco circular. É válido destacar que dentro e fora do círculo observa-se o mesmo céu, que quando rodeado por este muro circular adquire talvez uma nova dimensão. A força e claridade da proposta se perde no corpo enterrado, que não se resolve com a mesma sutileza.
TERCEIRO LUGAR: IMOA 1830
Autor: Luigi Savio
País: Itália
Este projeto tem força, tanto em planta quanto em volume, apresentando um desenho robusto e intrigante e protegendo o público da dureza do deserto. As formas circulares dispersas pelo deserto tem resultado muito atrativo, como elementos que afundam e emergem na areia, bem como as texturas da superfície que falam da dureza do deserto. Estas formas cilíndricas nos conectam psicologicamente às estrelas e sua observação. Há um bom equilíbrio entre as formas circulares e a planta quadrada, destacando também o interessante tratamento sustentável do edifício e dos espaços internos alcançados pela luz.
MENÇÕES HONROSAS
Proposta: IMOA 1067
Autor: José Bigott
País: Venezuela
O júri valoriza o ambiente de fantasia desenvolvido no projeto. A limitação dos espaços internos para valorizar o externo é um aspecto interessante, enquanto os elementos verticais potencializam os espaços intermediários. Há algo sobre a geometria circular que nos coloca em contato com a astronomia, obviamente as esferas dos planetas, mas também a típica estrutura esférica dos observatórios espalhados pelo mundo. Esta proposta tem geometria e imagens poderosas, mas é possível questionar a integração dos elementos puramente práticos que um edifício deste tipo deveria ter.
Proposta: IMOA 1292
Autores: Nimitchai Amornprasertsri, Prap Chaiwattana
Universidade: Politecnico di Milano, Itália
O toque de luz desta matriz no solo do deserto é muito atrativo e o interior dos grandes espaços que encerra é interessante. A ideia deste campo de lanternas com o céu ondulante interno, refletido como estalactites, é bela, mas ao mesmo tempo o brilhantismo do conceito é o maior inconveniente, com a contaminação luminosa da área de observação.
Proposta: IMOA 1441
Autores: Romain Guillot, Arthur Thelliez
Universidade: Ecole Nationale Supérieure d'Architecture de Paris Malaquais, França
A proposta busca ser parte do contexto geográfico a partir de sua geometria tectônica. O projeto arquitetônico dá conta da dimensão da proposta e do programa que abriga, dentro do qual destacam-se os recintos de observação no interior do edifício. Um edifício com um desenho marcado em estilo futurista e suavemente angular que sugere um escudo protetor que ascende lentamente até o centro, abrindo-se sutilmente para o céu, embora sua distribuição interna indique que o foco do edifício esteja no horizonte e não nas estrelas.
Proposta: IMOA 1909
Autor: Ioannis Karras
Universidade: Department of Architecture of the University of Thessaly, Grécia
O júri destaca a simplicidade e elegância da planta e o espaço contemplativo deste desenho, valorizando o uso de um único material em uma intervenção que coloca arqueologia prematura. Embora seja evitado o popular tema circular que tanto conecta à astronomia, há uma sensação boa com a disposição dos espaços e com o foco global sobre a luz e o espaço de contemplação. A pequena planta sobre a superfície do deserto, com os recortes simples para os acessos e a entrada de luz, tem resultado muito atrativo, e a retenção mínima dos planos do edifício funciona bem.
Propuesta: IMOA 1989
Autor: Julian Ocampo
País: Estados Unidos
É mais uma intervenção na paisagem do que um edifício que incorpora a enorme escala do céu e do deserto. Um percurso de grandes dimensões supera o utilitário para converter-se em uma experiência memorável. Trata-se de um desenho cativante, uma simples linha ondulante sobre a superfície quente do deserto do Atacama. A forma é de uma sutileza admirável, mas desperta dúvidas sobre a incorporação dos elementos programáticos que um Museu Internacional de Astronomia deveria conter, os elementos funcionais que exigem espaços mais contemplativos. Destaca-se a força da apresentação, embora falte um pouco de detalhamento.