- Área: 305 m²
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa MC se localiza em um terreno de forma trapezoidal com frente voltada para sul. Uma das laterais dá para um terreno atualmente vazio e a outra para uma construção existente. Por trás, destaca-se o campo de golfe. O projeto é vizinho do country club de golfe da cidade de Rosário, localizado a 1 km da rota nacional nº 9, no limite com a cidade de Funes. Trata-se de uma zona de grandes lotes residenciais com construções baixas e abundante vegetação. Uma característica dos lotes desta propriedade é que seus fundos se conectam a um gramado coletivo e, além disso, dividem um dos acessos com o golf club. No momento de projetar foram levadas em consideração certas condicionantes que definiram o posicionamento e a materialidade da habitação. Dentre estas condicionantes estão a orientação e a predominância dos ventos, a morfologia do terreno, o fator de ocupação do solo e o programa.
Estas circunstâncias definiram a implantação da habitação. Na porção sul do terreno, o projeto é mais fechado, opaco, o mais privado possível, protegido do vento e das fortes chuvas. Por outro lado, a fachada orientada para o norte se abre ao máximo, aproveitando a iluminação da tarde e a visão do campo de golfe. A forma irregular do terreno fez com que seu aproveitamento fosse explorado ao máximo. Isto levou à decisão de demolir as paredes para acompanhar a morfologia do terreno, gerando diversas perspectivas no percurso. Vale destacar que a obra é a residência de membros da família do próprio arquiteto, além disso, não havia limite de orçamento - liberdades dignas de serem aproveitadas.
A casa foi idealizada para um casal jovem, composto por uma arquiteta, um engenheiro agrônomo e uma filha de 2 anos de idade. A ideia central do projeto era gerar um grande espaço central, de pé direito duplo, que atuasse como o coração da casa; assim, optou-se por um átrio de luz zenital, a partir da qual se articulam os ambientes de ambos os andares. No pavimento térreo convivem duas funções, a familiar cotidiana e o trabalho. O espaço laboral se faz presente por um estúdio compartilhado pelos donos da casa, com acesso a partir da rua.
A área de serviço (lavanderia) está estrategicamente localizada, com acesso tanto pelo exterior como a partir da parte interna da residência.
A casa foi pensada para que os habitantes desfrutem de atividades domésticas, compartilhadas com familiares e amigos, para as quais foram projetados espaços flexíveis e integrados, onde acontecem as atividades cotidianas de modo unificado. Disto resulta uma ampla sala de estar / jantar / cozinha que funciona como um todo que se relaciona com o parque através de paredes envidraçadas.
Os pátios internos geram espaços de transição e de diálogo entre o exterior e o interior. A partir do interior se oferecem diversas perspectivas para o campo de golfe, que estende as vistas para uma orientação hipoteticamente infinita. As quebras das paredes reforçam esta intenção. Esta mesma intenção se repete no segundo pavimento, que conta com um dormitório principal, um closet e banheiro, de paredes envidraçadas com vista para o parque. O quarto da criança, com acesso a uma sacada própria, pode se dividir em dois, caso a família aumente.
A morfologia da habitação, pensada como um grande volume branco, apresenta subtrações que emolduram a paisagem. Para isso, optou-se pela utilização de materiais nobres, tais como o tijolo e o concreto rebocados. A cor branca foi escolhida para contrastar com o espaço verdejante e passar a sensação de amplitude e luminosidade.
A madeira foi a escolha para os pisos, paredes, armários e acabamentos, uma tentativa de aquecer a atmosfera dos espaços da casa.
Buscou-se um volume limpo, sem colunas, ou apenas aquelas necessárias para se obter visuais claras. Para isso foi necessário definir o projeto da estrutura simultaneamente com a estética, questão muito abordada desde o início da obra. Resumidamente, pode-se dizer que os princípios que guiaram o projeto foram a integração, a flexibilidade e o dinamismo.
