- Área: 185 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Rafaela Netto
Descrição enviada pela equipe de projeto. Passar horas no carro para um final de semana fora de São Paulo não agradava em nada esse casal de clientes, com uma filha pequena e grávidos da segunda. Daí surgiu a ideia inusitada de construir uma casa de lazer no coração da cidade de São Paulo.
O pedido inicial foi uma casa não muito grande (foi construído menos do que o permitido pro terreno) e que tivesse espaços flexíveis (cozinha que vira sala e vice-versa); uma churrasqueira; uma piscina, não muito grande pra deixar o máximo possível de área gramada; e duas suítes, usadas pelos cientes e pelos familiares, nas suas frequentes visitas à cidade.
Apesar deste pedido inusitado, numa localização a menos de 1 km de distância do apartamento atual do casal, a casa também teria que se adequar à moradia permanente de uma família, caso decidissem vendê-la.
O antigo imóvel, uma antiga escola de natação, ocupava 100% da área do terreno que por sua vez localiza-se em bairro tombado pela vegetação e possuía vista privilegiada das copas das árvores da rua. Por isso a decisão de demolir e fazer uma nova construção.
O jardim surge então como elemento de articulação dos espaços da casa. É um elemento que pro casal, desde o começo, era muito importante, talvez o item que diferenciasse este imóvel do que eles moram.
Para este jardim se voltam os dois espaços de lazer do térreo, a cozinha/estar e a sala de TV. E através de um deck em madeira, que começa da calçada e termina no fundo do terreno, estes blocos são conectados.
A cozinha/estar é um espaço multiusos sem separações e acompanhando por uma grande bancada ao longo da parede lateral onde ficam pias, fogão, churrasqueira, geladeira, armários, etc. Unidos esses 2 espaços, além do jardim, temos o painel do Athos Bulcão.
Este painel, ao longo de toda a extensão da piscina, é uma homenagem à arquitetura modernista brasileira e à cliente, que veio de Brasília e cresceu vendo obras do artista. Inclusive participou intensamente na paginação das peças que segundo a Fundação Athos Bulcão podia ser fornecida por eles ou feita por nós, desde que não fizemos círculos fechados ou
fizéssemos repetições visíveis.
Os quartos, localizados no 1º andar, voltam-se pra varandas protegidas por pergolado de madeira e com vista ora pro jardim interno, ora pras arvores da arborizada rua.
Os revestimento escolhidos são de fácil limpeza e práticos numa casa sem frescura nem regras. O granilite usado no térreo comporta crianças correndo molhadas, pós um banho de piscina, e no primeiro andar a madeira proporciona um cerco aconchego. O deck ao longo da casa permite áreas permeáveis e a pedra portuguesa, uma continuidade da garagem com a calcada. Além disso, tentou-se integrar visual e espacialmente a parte interna com a externa com o uso de grandes vãos de caixilhos com vidro transparente. No primeiro andar as varandas também viram áreas externas e permitem uma visão do terreno.
Na parte de mobiliário foram escolhidas peças que podem ser mudamos com facilidade de lugar e de disposição, caso do sofá pedras no bloco principal e dos módulos Boiling no bloco dos fundos, ambos da OVO.
O portão que delimita o lote é de madeira ripada, todo vazado, garantindo certa permeabilidade entre o lote e a cidade. O deck de madeira desenha o percurso externo, ligando desde a entrada da rua até a sala de TV ao fundo.
As dimensões do terreno (apenas 7x37m) nos pediu algo racional, que otimizasse o canteiro de obra, por isso a escolha pelas estrutura metálica como sistema construtivo. Com isso as vigas e os pilares chegam prontos para serem montados em poucos dias, o que, aliado ao uso de lajes secas (painel wall) e alvenarias em dry wall, permitiu a construção em apenas oito meses.
O resultado é uma casa com aproximadamente 185 m² de área útil, que aparenta ser maior, graças a integração e continuidade dos seus espaços fechados e o jardim.