Descrição enviada pela equipe de projeto. O Estádio Joaquim Américo Guimarães – considerado um dos estádios mais modernos do país, teve sua última reforma realizada no ano de 1999, e desde então contava com 55.797m2 de área construída em forma de ferradura, e capacidade para 24.510 espectadores. Os aspectos de um estádio que atendia níveis adequados de conforto e segurança, somado à oportunidade de completar o anel com uma edificação nova, possibilitou responder – segundo o “Caderno de Encargos da FIFA” - aos requerimentos de capacidade, visibilidade, conforto e segurança.
Com a reforma e ampliação do Estádio, a nova Arena da Baixada atingiu 126.836m2 e capacidade para 42.417 lugares, com um adequado funcionamento programático - de extrema complexidade e com a mais alta tecnologia segundo padrões internacionais - para atender a diversos tipos de eventos massivos contemporâneos.
A solução arquitetônica adotada foi a de criar uma nova imagem como ícone para a cidade: uma “Caixa Iluminante”. A ideia foi construir uma envolvente que unificasse formalmente o Complexo e que permitisse uma imagem vinculante do evento interior com o bairro e a cidade. Esta pele exterior foi pensada dentro de um sistema de componentes de fácil montagem, para permitir agilidade na obra, limpeza e baixo custo. Os materiais utilizados foram preferencialmente padronizados e de produção local. Materialmente buscou-se uma permeabilidade entre interior e exterior, que, através da sua leviandade, translucidez e tecnologias de iluminação e imagem, produzissem uma verdadeira interação com a cidadania.
Dentre as diversas complexidades enfrentadas no processo projetivo, três premissas principais guiaram o processo, a fim de deixar um legado de alto valor para a população da cidade de Curitiba.
Arena Multi-eventos
A capital paranaense, com uma população de 4.000.000 de habitantes possui uma oferta cultural de alto nível, porém carecendo ainda de uma Arena Multi-eventos, em consonância com as necessidades contemporâneas. O Complexo Cultural e Esportivo passa a ser desta forma, o mais importante da América do Sul, composto pelo Estádio, Arena Indoor com capacidade para 10 mil lugares e um espaço exterior público integrador. Uma infraestrutura capaz de absorver eventos das mais diversas características: desportivos, culturais, religiosos, políticos, de entretenimento, de negócios, etc.
Integração urbana
Apesar da localização central do Estádio, dentro de um denso tecido urbano, o edifício possuía uma inadequada relação com o contexto urbano. Partindo-se então “do encontrado”, transforma-se o nível correspondente da Praça Afonso Botelho em uma grande Praça Urbana Comercial que unifica o espaço, integrando o novo Complexo à cidade. Isso possibilitou construírem-se verdadeiros vínculos materiais e simbólicos com o entorno. No sentido longitudinal projeta-se uma esplanada de 300 metros de comprimento por 17 metros de largura, permitindo a correta acessibilidade a todo o Complexo.
Sustentabilidade
O Complexo foi desenhado com um máximo aproveitamento natural para o conforto térmico-acústico-luminoso, e conta com um sistema reutilização das águas pluviais (100% das águas pluviais e águas cinzas), que são armazenadas para posterior utilização no antigo fosso que circunda o campo de jogo.
Em relação aos sistemas construtivos foram adotadas medidas como: produção em série de elementos modulares para minimizar gastos energéticos em fabricação, traslado e montagem em obra; sistemas de proteção solar e ventilação natural (tipo brise) para redução da carga térmica dos espaços interiores; cobertura em painéis de policarbonato para reduzir o aquecimento geral por meio de sombreamento.
Por outro lado, no que diz respeito à Sustentabilidade Ambiental o projeto vem cumprindo com as normativas estabelecidas pelo LEED na “LEED 2009 for New Construction and Major Renovations” e está em fase de certificação.