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Arquitetos: Ventura Virzi Arquitectos; Ventura Virzi Arquitectos
- Área: 450 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Estudio Nápoles
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício Giribone está localizado em um lote, entre empenas cegas, de 9 metros de frente por 32 metros de fundo na cidade de Buenos Aires. É composto por dois volumes separados por um pátio e unidos por um sistema de circulação vertical. Representa uma continuidade com o espaço público liberando o térreo no primeiro volume por onde se produzem os acessos. A continuidade material do pavimento da calçada reforça esta ideia. A relação estreita entre o piso e o teto no acesso potencializa a necessidade de se dirigir para o lugar onde se concentra a luz, o pátio. Este espaço de 9 x 9 m de planta e 12 m de altura, é o lugar comum de todas as habitações. Pensado como um lugar de encontro, se manifesta como um verdadeiro espaço público por onde se geram tanto os acessos para cada unidade, como as relações estruturais, materiais e expressivas do edifício. O espaço de pé direito duplo no térreo abaixo do segundo bloco gera o limite com o pátio comum e se abre para um espaço aberto de 9 x 9 m, de iluminação, ventilação e contemplação: assim, se produz a continuidade em planta baixa mediante um ambiente semi-coberto que vincula ambos lugares.
O edifício possui 7 unidades de 70 metros quadrados de tipologias diferenciadas. O estudo do térreo, quatro unidades de habitação de dois dormitórios dispostas, duas em cada bloco, uma unidade em duplex na frente. Esta última resolve tanto o recuo proposto pelas normas como o espaço que produz a diferença na continuidade expressiva da fachada no arremate do edifício.
A estrutura de concreto armado está erguida para que resolva os problemas de sustentação e gere o espaço arquitetônico e expressivo do edifício. Está composto por divisórias nas paredes e vigas invertidas nas bordas de cada bloco para liberar de colunas dentro dos espaços de cada planta. além disso, as vigas superiores permitem gerar o fechamento do edifício, a continuidade estrutural entre os dois volumes e a estrutura de sustentação dos tensores dos andares superiores.
A estrutura é a verdadeira geradora de espaço. Isto se completa com um fechamento metálico que resolve os temas de iluminação, ventilação, condicionamento de ar, portas de acesso e segurança do edifício. A configuração de ambos sistemas produz a expressão material da obra.
Tanto na frente para o oeste como na sua parte posterior a leste, se trabalhou com um sistema de filtros metálicos, separados 70 cm da caixa de concreto, construídos em perfis metálicos e chapa perfurada. estes elementos móveis e rebatíveis se comportam como um filtro de luz, fechamento, sistema de segurança e som, além de tudo, os que geram a imagem do edifício.
Estas lógicas construtivas com as quais se projetou o edifício Giribone fazem parte do trabalho material que organizam tanto a forma como o espaço. Dentro dessas lógicas operacionais se encontra a estrutura arquitetônica que se manifesta como a ordem capaz de gerar o espaço arquitetônico. Trata-se de uma conceituação em termos tectônicos, que engloba tanto o problema da relação entre pesos, esforços e materiais como o das formas e os requerimentos humanos.