A competição Iniciativas de Cidadania Europeia (ICE) nasce para divulgar a iniciativa homônima como instrumento de participação cidadã com o objetivo de promover sua intervenção na vida política da União Europeia. Neste contexto, a equipe finalista espanhola Aula de Arquitetura Social AAS UCAM propõe equipamentos públicos e postos de trabalhos nos centros históricos das cidades europeias. Tudo isto a partir da legislação do uso dos vazios urbanos deixados pela expansão urbana pré-crise, conferindo a eles um uso programático temporal e altamente flexível.
Veja o projeto a seguir.
Descrição da Equipe: a Iniciativa de Cidadania Europeia que propomos vai de encontro a melhorias das condições de vida dos cidadãos e, para isso, primeiramente analisamos quais são os problemas que mais preocupam a sociedade. Consultamos a última medição do Centro de Investigação Sociológica que mostra resultados esclarecedores: mais de 75% dos entrevistados consideram que o desemprego é o maior problema.
O crescimento econômico dos anos anteriores à crise na maioria das cidades europeias tem feito com que uma quantidade importante dos recursos existentes - tanto públicos como privados - tenham se direcionado ao aumento dos espaços residenciais e aos grandes equipamentos socioculturais, deixando de lado tanto os centros históricos das cidades como os bairros mais insalubres, gerando uma série de vazios urbanos, isto é, todos aqueles terrenos inseridos num tecido consolidado que, por diferentes circunstâncias, não tiveram a ocupação prevista em médio e em longo prazo.
O que propomos é legislar o uso programático destes vazios urbanos conferindo-lhe um uso temporal e com a maior flexibilidade possível, a fim de alcançar os seguintes objetivos:
- Reativação urbana que gerará postos de trabalho
- Trazer serviços aos bairros do centro histórico, sobretudo naqueles mais degradados, já que devido à crise econômica, o investimento em infraestrutura pública vem sendo reduzido de maneira considerável.
- Conscientizar a população, fazendo com que ela participe do projeto, tanto na detecção do problema como na proposição de novos usos.
- Melhoria da imagem das cidades.
A regra que propomos trata de regular o processo completo que vai desde a identificação do problema (no qual incluímos processos de participação dos cidadãos); localização dos vazios urbanos, análise do entorno urbano; possíveis propostas de intervenção; gestão econômica e administrativa do processo.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial propostas tem sido desenvolvidas para solucionar aqueles a questão dos terrenos que por motivos diversos têm sido deixados no abandono. Essas iniciativas em geral visam converter estes espaços em lugares de encontro entre as pessoas; um exemplo disso são os playgrounds em terrenos abandonados da Holanda, de Aldo Van Eyck
Um estudo detalhado das experiências mais recentes mostra que algumas das intervenções se aproveitam do vazio normativo que existe em determinados casos, fazendo com que os terrenos se destinem principalmente a usos sociais, por um tempo muito limitado, devido a seu caráter ilegal, como fazem por exemplo os coletivos Basurama o Zuloark.
Na verdade, é uma questão de interesse com diversos grupos envolvidos, por isso acreditamos que a chave seria lhes proporcionar um quadro jurídico que suporte as diferentes iniciativas. Por fim, recompilamos de maneira esquemática as razões que nos levaram a propor esta ICE:
Ele aborda as principais questões e preocupações da população (o desemprego, a falta de serviços em determinados bairros e a deterioração das cidades); envolve cidadãos que participam em todas as etapas do processo; as propostas são ambientalmente sustentáveis, recicláveis e flexíveis, além de terem um custo mínimo; e permite que as administrações tenham espaço para cobrir necessidades específicas com um custo controlado.
Concurso
Iniciativas de Cidadania EuropéiaPrêmio
FinalistaNome da Obra
Recycling Urban VoidArquitetos
Aula de Arquitectura Social AAS UCAMLocalização
EspanhaEquipe de Projeto
María de los Ángeles Hernández Beltrán, Juan José Mouliaa López, Marta Ortega de Alcover-Aguilar, Adriana Roldán Fernández y Álvaro Romero MartínezTutor
Lorenzo Tomás GabarrónAno do Projeto
2014Fotografías
Cortesia de Aula de Arquitectura Social AAS UCAM
