Dos arquitetos: Intervir em uma cidade histórica da importância de Parati solicita que o projeto respeite sua condição temporal e cultural e que não compita com o que está consolidado. Conciliar a contemporaneidade do novo conjunto com a tradicional e histórica atividade turística de Paraty foi tido como premissa para elaboração do projeto, buscando ao mesmo tempo o desenvolvimento desejável e também servir ao que já existe. O resultado é uma proposta que complementa o sentido do turismo da cidade, servindo como palco de uma atração já existente.
PARTIDO
O desenho é resultado da preocupação da equipe em não agredir ou marcar o entorno - histórico e atual - orientando o desenvolvimento construtivo do bairro do Jabaquara e dos demais bairros periféricos que darão lugar a novos empreendimentos fora do perímetro do centro histórico da cidade. A implantação do conjunto favorece o acesso por quase todo o perímetro da quadra, resultando em uma permeabilidade que atenda aos diversos fluxos de pedestres e de automóveis, que podem acessar vindos a partir do bairro residencial próximo, da rodovia Rio Santos e também do centro histórico. Esta aposta de múltiplas entradas tem por fim abraçar os visitantes criando uma extensão do espaço público em seu miolo de quadra.
SETORIZAÇÃO
O programa está disposto em volumes perimetrais de gabarito baixo, até 8m de altura, formando uma praça interna. Este partido visa um melhor aproveitamento do terreno para a disposição do programa em áreas livres, de circulação, e áreas fechadas. As exposições e eventos podem ser acomodados de maneira livre: no pavilhão fechado e salas modulares, nas áreas abertas sob os volumes suspensos e na praça livre que conta com estrutura para cobertura removível.
ESTRUTURA
Levando em consideração o clima e topografia local, configuramos os pavimentos internos 45 cm acima do nível da rua, tendo em vista o conforto térmico e a proteção contra os alagamentos periódicos que ocorrem no local. A base do conjunto – fundações e pilares do pavimento térreo, em concreto armado, protegido contra a ação dos elementos corrosivos naturais – e a estrutura dos pavimentos superiores em estrutura metálica possibilitam grandes vãos e uma planta livre.
SUSTENTABILIDADE
Implantar um conjunto destas proporções em uma área protegida por sua história e meio-ambiente demandou cuidados maiores com as questões de sustentabilidade. Uma proposta com o menor impacto ambiental, energético e visual possíveis foi tido como um segundo partido pela equipe. Foram incluídas soluções que garantem o menor impacto durante a construção do centro cultural bem como durante sua utilização, como: baixa intervenção no terreno, consideração dos recursos hídricos e seu dinamismo, utilização de materiais de baixo impacto ambiental, inclusão da biodiversidade nativa, manter uma grande porção de área permeável, dentre outros.