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Arquitetos: Albert Mo Architects
- Área: 520 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Earl Carter, James Coombe
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa surge de uma reforma e da construção de um anexo em uma residência de tijolos de 1950, num terreno de 1200 m². O projeto está programaticamente e conceitualmente dividido em três partes - A 'Lanterna', o Pátio e a Casa de Tijolos.
A Lanterna é a parte relativa à casa existente, de dois pavimentos, programaticamente contém os dormitórios, os banheiros, uma sala de estar, assim como a entrada principal. As fachadas norte, oeste e parte da fachada sul possuem grandes áreas envidraçadas com painéis de vidros duplos com perfil U, para gerar um espaço singular com fachadas monumentais, sob o telhado e beirais existentes. Oito texturas variadas foram elegidas para envolver a estrutura existente, conferindo tacticidade e qualidade na transmissão de luz. A fachada é sombreada por uma grande árvore ginkgo biloba, mas quando cai a noite, atua como uma lanterna brilhante.
O Pátio é a ligação entre o antigo e o novo, com um comprido corredor e uma sala de costura fazendo parte desta conexão. O pátio central permite a luz e o ar penetrar no edifício. Similar à uma vila imperial japonesa, múltiplas camadas de portas de correr e aberturas modificam a relação espacial entre o interior e o exterior, transformando o espaço de circulação numa extensão do pátio, ou utilizando as telas para criar uma passagem arejada e sombreada para os dias quentes de verão.
Imaginamos este estaço preenchido com uma série de atividades durante o dia e a noite, a conexão direta com o pátio, fazendo deste um lugar perfeito para as crianças. Com isto em mente, as telas são pintadas como um quadro-negro com uma camada magnética, para que elas se tornem uma tela para ser preenchidas pelas crianças, ativando este que seria uma zona apenas de transição.
A Casa de Tijolos é o novo anexo, um espaço para a família e também de entretenimento dos convidados. Ela abre para o Pátio de ligação entre os dois e o pátio dos fundos, trazendo os dois espaços abertos para estarem juntos numa única cobertura. À medida que a casa se estende para o pátio, tijolos empilhados de modo a deixar os furos à mostra funcionam como cobogós, uma espécie de brise-soleil para formar as paredes, conferindo acesso e ventilação natural para a garagem do sub solo. Essa estratégia que é conhecida, mas pouco utilizada, cria uma superfície em massa que é memorável e altamente texturizada, que transforma a fachada num elemento funcional e respirável.
Nossa abordagem em relação à materialidade foi dialética e divertida. A padronagem dos tijolos à vista e as linhas verticais que formam os envidraçamentos são justapostas em oposição ao pavimento utilizado nos pátios; o peso dos tijolos foi contrastado com a leveza dos vidros; alguns elementos em mármore e outros acabamentos altamente trabalhados em madeira estão posicionados diretamente ao lado de elementos metálicos sem acabamento.
As cores foram escolhidas para complementar o mobiliário e é predominantemente branca para agir como um pano de fundo. Utilizamos a cor favorita dos clientes - amarelo, pontuado ao longo de toda a casa, se relacionando com alguns elementos da decoração também amarelos. É uma jornada lúdica que convida a ligar os pontos.