Descrição enviada pela equipe de projeto. A CASA CUBO é uma premissa abstrata: um cubo de 9m de lado. Cada superfície se subdivide em nove módulos de 3m, alcançando uma estrutura de 3 níveis. Sua função modula o volume através da composição de cheios e vazios. Os espaços íntimos são transformados em cheios, enquanto que os espaços sociais em vazios. Estes níveis são a base organizativa do programa. Cada um corresponde a uma parte da função.
Trata-se de uma casa de praia ao sul da Capital do Peru, Lima. Está num lote com diferenças de nível entre a rua frontal e a posterior, mas isolado em todas as suas faces.
Foram utilizadas duas ferramentas geradoras do projeto: a planta e o corte. A primeira nos permite distribuir o interior e a segunda é fundamental para articular espacialmente o interior. Cada nível conta com uma exigência espacial determinada. O primeiro abriga toda a densidade dos dormitórios e nos permite colocar o cubo no solo. O segundo busca a transparência e a fluidez entre ambas as frentes, ampliando o espaço social. E o último pretende se relacionar com o horizonte através do vazio.
A circulação principal está na superfície mais afastada do mar. Duas escadas opostas e de frente uma à outra permitem gerar um percurso interno e fluido entre os três níveis, permitindo-nos descompor a volumetria em direção ao horizonte. É assim que o volume aparece como uma geometria única que nasce da terra. Ora côncava, ora convexa, buscando ser leve, elevando-se sobre os vizinhos. Utiliza o quadrado para definir as arestas e evidenciar que se trata de um volume e não de uma massa. Sua fachada frontal - aquela que está frente ao mar - se apresenta leve e transparente, composta de superfícies lineares, desfragmentada. Enquanto que a superfície oposta é um volume mais maciço, composto com base no jogo de cheios e vazios. A circulação interna está insinuada na fachada posterior através de um vazio dinâmico que nos relembra o que acontece no interior.
Sua composição trata de mesclar o limite e as diferenças que existem entre o interior e o exterior. Através da continuidade da matéria, o teto se converte num fechamento ao sul, para depois ser convertido numa laje intermediária. A área social é trabalhada do mesmo modo: aumenta-se o espaço com duplicação das suas dimensões interiores. É interessante que ele receba luz da manhã e da tarde, pelas suas duas frentes. O terraço íntimo abre para o horizonte por dois planos paralelos, mas assimétricos em dimensões e materialidade.
O edifício foi tratado da maneira mais abstrata quanto possível, sem qualquer perfuração ou janela para fazer-nos lembrar de uma casa. Ao projetar as laterais adjacentes com futuro vizinho, o cubo funciona de forma autônoma.