- Área: 116 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Jun Murata
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício está localizado na esquina de uma pequena via que leva à rua comercial de Kashiwara. Este projeto consiste na renovação de uma residência de madeira construída em 1976. O edifício existente contava com uma parte de escritório e outra residencial. O uso heterogêneo era revelado pela fachada, que aparentava uma condição abrupta.
O cliente, um artista, precisava de um espaço confortável para convivência, um espaço para criação, e outro para exposição de suas obras. Além disso, a fachada também precisava de renovação. Sob difícil condição estrutural e orçamento limitado, foram consideradas ligações e separações para os espaços existentes de modo a fornecer luz natural suficiente para o ambiente interno sem fazer novas janelas.
Primeiramente removemos paredes desnecessárias e confirmamos a direção da incidência de luz natural. A antiga estrutura foi desmontada para dar lugar a um novo layout de equipamentos e armazenagem. Com circulação mais simples e flexível, a planta baixa possibilitou um projeto de iluminação racional.
Em um segundo momento instalamos uma parede oblíqua na parte central do edifício, a qual ganhou uma circulação adjacente com largura confortável. A parede dá impressão de profundidade ao ambiente e confere a suave luz natural incidente do sul à um filete intenso que ilumina o espaço.
Uma porta de abrir no núcleo de armazenagem do edifício conduz uma circulação de serviços até a cozinha. A parte sul - anteriormente composta por vários cômodos no estilo-japonês - é convertida em um único e amplo espaço usado como sala de estar, jantar e cômodo no estilo-japonês, preparado para vários padrões de iluminação.
O espaço contíguo ao cômodo em estilo japonês é usado como local de exposição e armazenagem. Para separar o antigo altar budista e o tradicional nicho do cômodo de convivência mais íntima, paredes baixas cortadas em ângulos retos são utilizadas. Aqui a luz natural também é confinada à um feixe retangular que leva o olhar ao vazio do espaço.
Cada fenda no teto - de variadas larguras - servem para as instalações de iluminação indireta, cortinas e uma porta de correr. Além disso, a sala de linho não tem janela, então, para trazer a luz natural do sul, uma fenda vertical foi projetada na parede que faz divisa com o quarto japonês.
Portas de abrir parecem estar desconectadas das paredes, mantendo uma distância das superfícies destas. O motivo é o não isolamento excessivo do ruído e da circulação de ar, gerando um fluxo moderado. Deste modo, o ar, sons e iluminação transpassam a residência seja durante o dia ou noite.
Este fluxo dá movimento e expressão à vida cotidiana deste espaço em branco com atmosfera inorgânica, e o enriquece. Branco predominante prove um espaço primitivo de vida, dando aos moradores capacidade de modifica-lo.