A competição Ateliê do Futuro convidou os participantes a projetarem uma "visão artística e criativa de um ateliê". Organizada pela FAKRO, em parceria com a revista A10 New European Architecture, as propostas deveriam apresentar pelo menos três produtos da FAKRO (claraboias e janelas) como parte de um espaço funcional, tecnologicamente inteligente e capaz de "criar a atmosfera apropriada para estimular visões criativas."
Com 62 inscritos no total, sendo um terço da Polônia e 90% da Europa, o juri selecionou participantes que "estimularam [suas] imaginações e provocaram uma série de reflexões sobre possíveis futuros da arquitetura e seus campos de ação." Dividido entre temas que vão de projetos associados à Indústria, a propostas ligadas à Natureza e à Água, os inscritos propuseram soluções para "resorts subaquáticos, skylofts, espaços subterrâneos, áreas abandonadas, rodas da fortuna e torres metabolistas."
Veja as propostas vencedores a seguir.
De acordo com o edital, a definição de um "ateliê" é:
"um espaço, ou mesmo um complexo de espaços, cujo objetivo é criar um local de trabalho para um ou mais artistas. O termo pode ser aplicado tanto para grandes galerias de vidro como para espaços íntimos de trabalho criativo, distante do agito da cidade. Para cumprir esta função, o ateliê precisa, por vezes, maximizar a quantidade de luz, enquanto que outras vezes deve ser completamente obscurecido, escondido do mundo."
O "ateliê do futuro", de acordo com a definição deles, é "um lugar onde o espírito criativo encontra diversas soluções inovadoras. O lugar que pode oferecer condições para artistas e arquitetos concretizarem suas visões."
Primeiro Lugar: Venus of Garage / Katarzyna Furgalińska e Michał Lisiński
Do júri. Mentes criativas de verdade não precisam de um espaço artístico, especificamente. O que elas precisam é um espaço que as fortaleça para que se arrisquem no mundo ao seu redor. Preferencialmente um espaço de baixo custo, com baixa pegada de carbono, grande acessibilidade e adequado para experimentar. Afinal de contas, a Apple foi fundada em numa garagem cedida pelos pais de Steve Jobs. Infelizmente, espaços de garagens são geralmente projetados para carros, não humanos.
Para solucionar este problema, a tipologia geral do conjunto de garagens, a mais prosaica das tipologias, foi convertida em uma animada área urbana constituída por pequenos espaços criativos. Além disso, as estruturas simples, de baixo custo acrescentam grande valor ao espaço público, enquanto que, ao mesmo tempo, o resultado é um projeto que pode ser desenvolvido quase no mundo inteiro, já que a garagem no nível da rua é algo comum em diversas cidades. A combinação do pensamento criativo com o pragmático tem relação com os problemas urbanos atuais, e a utilização inteligente de uma variedade aberturas zenitais resultou num projeto bastante viável.
Segundo Lugar: The Florizel Building / Aristide Antonas-Antonakakis
Do júri. Este plano não trata tanto da aplicação pragmática de produtos, mas parte da circunstância de um bloco de habitação multi-familiar num contexto de baixa renda. O espírito criativo precisa, então, trabalhar com os produtos existentes, ajustando-os para serem utilizados onde se fazem necessários.A abertura zenital se torna, então, uma metáfora dos raros salpicos de luz que entram na dura vida diária. As escadas simbolizam como o uso inventivo sempre pode levar a uma saída e oferecer novas inspirações.
Curiosamente, este projeto lida com o desafio de um espaço criativo de um modo diferente. Ele propõe um espaço para o trabalho, mas também um espaço para se retirar de uma situação econômica desconfortável. Um espaço para o descanso, para a reutilização; assim, a noção de "criatividade" não está apenas relacionada com a atividade do usuário, mas com o espírito poético inerente à própria proposta. O resultado é um ambiente de sonhos, um arranjo de conto de fadas que lembra um palco, mas que é, de fato, tanto um refúgio como um clamor de todos os grandes problemas do mundo.
Terceiro Lugar: Lightbox / Fabio Damiani, Daniele Cremaschi, Marco Quistini, Silvia Pezzetti
Do Júri. Esta montagem utópica de janelas em todos os tipos de configurações faz a mente trabalhar para a futura exploração do conceito de janela. O peso de todas essas janelas será imenso, os mecanismos de resfriamento e aquecimento necessários para tornar este lugar habitável seriam épicos, mas a ideia provoca a imaginação de diversas maneiras. Como poderíamos aplicar janelas subaquáticas de novas formas? Como é possível que janelas - que por definição são projetadas para absorver a luz - também se tornem os meios de produção de luz? Como as janelas podem desempenhar um papel conceitual na reutilização de estruturas construídas em circunstâncias rigorosas? O plano pode apresentar mais perguntas do que soluções, mas a sua abordagem otimista, sem impedimentos por limites práticos, é sem dúvida uma fonte de inspiração.
Menções Honrosas foram concedidas a Florent Le Corre e Katharina Riedel por seu Inspirational Workspace Unit; Angelo Paez Calvo, Pedro Juan Jaramillo Carling, Lucas Jaramillo Pacheco, Jairo Hernan Ovalle Garay pelo An Underground Atelier; Krzysztof Stępień e Agnieszka Wyrwas por Solitude; e Anna Ślimak e Monika Gitner por OOAAOO.
