- Ano: 2013
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Fotografias:Ieva Saudargaite
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no nono e último pavimento do Plot #2251, projeto que concebemos em 2008 e cuja construção terminou em 2013, este apartamento de três pavimentos é articulado através de uma estrutura independente do edifício. Estruturalmente, o apartamento só compartilha o núcleo de circulação vertical do edifício e o perímetro ao longo da qual as duas paredes periféricas se apoiam. Acima do nono pavimento, a estrutura faz com que esta residência seja autônoma, tornando-a morfologicamente destacada do edifício. O resultado é o que se assemelha a uma casa independente colocada no topo de um edifício, em vez do que é comumente conhecido como uma cobertura.
A articulação deste projeto também está relacionada com a sua localização geográfica. Ele está situado na antiga linha de demarcação que separava Beirute do leste e do oeste, este apartamento se abre para o "inferno" da cidade, nem a leste nem a oeste, mas no meio. Usualmente, a preferência para apartamentos de cobertura é que sejam voltados para o Mar Mediterrâneo, virando as costas para o tecido urbano em troca de uma vista para o mar. Este apartamento está orientado para a cidade, aproveitando as contrariedades impostas devido aos projetos em torno, que definem toda a sua periferia. Estes incluem Cemitério Maronite, o Hipódromo de Beirute e vários edifícios institucionais.
Esta situação definiu a entrada do apartamento. Doze metros de largura e seis metros de altura, a recepção que se estende a partir do patamar da escada é quase um espaço exagerado, desobstruído e completamente aberto.
O apartamento dispõe de três pavimentos: o pavimento de referência, que é o piso de chegada, ao longo do qual as funções programáticas vitais ocorrem - a recepção, a sala de jantar, o dormitório principal e a cozinha. O segundo pavimento acomoda dois dois dormitórios, a continuação da biblioteca do chão ao teto acessível a este nível por uma ponte de aço que cruza todo o quadro da recepção e por último, o terceiro pavimento abriga o terraço, a piscina e um estúdio para hóspedes.
A Residência N.B.K. 2 resume algumas experimentações com layouts de interiores, mobiliário e materiais utilizados em vários projetos ao longo dos anos, incluindo a Residência N.B.K. 1, que foi concebida 12 anos antes. A experiência adquirida por estes permitiu o desenvolvimento de um certo conhecimento relacionado com a apropriação indevida e reinterpretação de materiais tradicionais, através da reanimação de práticas artesanais específicas. Alianças formadas com artesãos locais ao longo dos anos foram reacendidas e se materializaram nas estruturas de aço e madeira elaboradas no apartamento.
O revestimento de painéis de madeira da recepção é definido por um esquema que começa no chão, dobrando nas paredes e teto, e que se estende por todo o resto dos ambientes. Este mesmo layout de revestimento define a estrutura metálica que, em última análise, enquadra o ponto focal da sala, uma peça afixada ao tudo contendo o ar condicionado e ventilação. A tradição moderna raramente tem trabalhado no teto e este elemento nos leva, assim, de volta para as práticas de arquitetura de interiores tradicionais.
Por último, o terraço da piscina ao ar livre no nível do telhado é coroado por duas antenas contendo luminárias. Orientadas ao sul, essas projeções acima da altura de seus edifícios adjacentes, torna-os visíveis a partir de bairros vizinhos.
