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- Área: 1250 m²
- Ano: 2010
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Fotografias:Daniel Ducci
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Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto residencial de oito casas de madeira da Vila Taguaí, situado a 22 km do centro de São Paulo, é um empreendimento imobiliário que foi concebido como uma alternativa inovadora de construção de novos espaços de moradia e ocupação de áreas verdes na periferia.
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Situado num vale densamente arborizado, com declive de 35% e face Leste, a implantação da Vila mantém o terreno natural o máximo possível. As oito casas são elevadas do solo criando terraços nos jardins. As árvores são preservadas e novas serão plantadas reforçando a vegetação nativa.
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As vias de circulação de veículos são pavimentadas com pedras mantendo a permeabilidade do solo. Os espaços de uso privativo são integrados ao espaço de uso coletivo - um grande jardim - por meio de terraços e caminhos de pedestres.
As edificações utilizam o máximo de iluminação e ventilação natural e possuem aquecimento de água com energia solar. A vila encontra-se num vale que precisa ser preservado - as águas pluviais são captadas e encaminhadas ao córrego existente. Os esgotos são tratados em estação dentro do condomínio para posterior uso nos vasos sanitários e irrigação.
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A madeira é o material que possui o melhor desempenho diante das grandes questões deste século: energia e meio-ambiente. Sua produção depende apenas da energia solar e, além disso, florestas manejadas combatem o efeito estufa e gera empregos de qualidade na floresta evitando a migração para as grandes cidades e também promove o desenvolvimento econômico da região produtora.
Utilizando de modo racional a madeira proveniente de áreas de manejo sustentável da Amazônia, o projeto trabalhou com as premissas de aliar tecnologia inovadora de baixo custo e fácil execução.
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Uma estreita colaboração entre Engenharia e Arquitetura viabilizou a pesquisa deste sistema construtivo, que se baseia em painéis de madeira para paredes, lajes de piso e lajes de cobertura.
A dimensão dos painéis pode variar em largura de 0.20m a 3.00m, seguindo uma modulação de 10 em 10 cm, e em altura, de 1m a 5.50m. Foram projetados para favorecer o aproveitamento de peças de madeira maciça de menores dimensões e, ao mesmo tempo, se adequar a diferentes projetos arquitetônicos. As dimensões finais de cada painel facilitam a pré-fabricação na oficina, o armazenamento, o transporte e a montagem em obra.
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Equipes de trabalhadores podem ser contratadas e treinadas para a produção e montagem, em oficinas e obras, em diferentes locais.
O sistema de painéis aqui desenvolvido combina industrialização e flexibilidade, podendo ser aplicado em diferentes escalas, sem necessidade de grandes investimentos iniciais, adaptando-se facilmente às condições locais. Sua utilização se caracteriza pelo reduzido impacto ambiental, baixíssimo desperdício do material e da mão-de-obra, execução rápida e custo controlado.
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As oito casas e três plantas-tipo com áreas entre 129 e 173m² com um ou dois pavimentos, criam espaços multifuncionais em residências compactas, viabilizando assim, a pesquisa do sistema construtivo. As unidades possuem acesso direto em nível ao pavimento estar e terraço.
O projeto arquitetônico privilegia a ventilação natural cruzada, com as maiores aberturas voltadas para as faces norte/leste e as menores para oeste; controlando a insolação, permitindo a iluminação natural dos ambientes e criando o efeito chaminé.
As casas sendo de madeira e suspensas tem bom desempenho térmico e evitam a umidade vinda do solo criando um terraço sombreado junto aos jardins.
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A cobertura com manta Alwitra tem beirais largos e isolamento térmico com chapas de isopor encaixadas nos painéis. O isolamento acústico entre os pavimentos foi solucionado com o acréscimo de camada de 5 cm de concreto leve nas lajes de piso, que propiciam o conforto acústico adequado.
Os esgotos são coletados e tratados em estação enterrada dentro da própria área para reuso nos vasos sanitários e irrigação, reduzindo o consumo de água em 30%.
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O sistema de captação de água pluvial foi projetado para conduzir a água ao seu fluxo natural e desaguar no córrego existente.
Todas as unidades e construção das áreas comuns possuem shafts visitáveis externos que concentram as instalações hidráulicas e elétricas, facilitando a instalação e futuras manutenções da infra-estutura.
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Nota: Este projeto foi publicado originalmente em 29 de setembro de 2014.