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Arquitetos: SKROZ
- Área: 1200 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Ivan Dorotić
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ao longo dos últimos dez anos, na Europa e da mesma forma em todo o mundo, inúmeros exemplos de objetos industriais antigos e abandonados são reutilizados como espaços de exposições e centros culturais, são modelos bem sucedidos de sustentabilidade para áreas urbanas e tecido urbano. Graças à sua qualidade, a sua organização espacial, tamanho e variedade de usos, um exemplo de tal reutilização é certamente complexo Pijacal, uma ex-mina de carvão em Labin, na região croata de Istria, que agora abriga a nova biblioteca da cidade Labin .
A mina local e a própria indústria de mineração foram encerradas durante a década de 80, mas a infraestrutura da mina acima do solo foi protegida como um valioso exemplo de patrimônio industrial.
A ideia de reativar a arquitetura da antiga mina de Labin, de forma a abrigar novos programas públicos e culturais, originou-se em 2005 com o projeto Croatian Archipelago New Lighthouses do Berlage Institute, MATRA e a Associação Croata de Arquitetos. O próximo passo em direção a ativação da infraestrutura da antiga mina foi realizar um concurso para sua reutilização como biblioteca da cidade e centro multimídia em 2007. O projeto aqui apresentado venceu o primeiro prêmio.
O edital da competição mostrava toda a zona Pijacal concluída como um importante espaço público urbano e futuro gerador de cultura desta vasta região. O projeto mostrou uma área em torno de um elemento dominante - Šoht, a plataforma monumental que acessa a própria mina - sendo transformado em uma zona representativa, Šoht como seu elemento iconográfico.
A nova biblioteca da cidade está abrigada em uma das antigas construções da indústria acima do nível do solo - a Marble Hall (onde ficava a administração) - e é a primeira parte construída de nosso projeto arquitetônico-urbanístico como um todo.
A ideia por trás do projeto de interiores da biblioteca está baseada na preservação do caráter e a sensação existente da edificação, que contém fragmentos da antiga decoração e atmosfera por todo o espaço, incorporado ao novo projeto e adaptado ao novo uso. Por todo o espaço interior é possível ver partes e materiais da construção antiga; paredes de mármore, cerâmica e tijolo de vidro renovado do telhado da Marble Hall, bem como fragmentos dos canos preservados e azulejos de parede no lobby e sala de serviço.
A grande Marble Hall, que atualmente abriga a biblioteca, é um lugar onde os contracheques eram pegos e onde trabalhadores faziam greve. O novo projeto tenta mostrar sua espacialidade, a sua grandeza e qualidade da luz natural. Em termos de cor, o novo projeto faz uma homenagem ao ambiente existente, escolhendo prateleiras, paredes, móveis, equipamentos e acabamento de piso exclusivamente de claros e/ou brancos. Isso traz à tona as paredes de mármore já existentes, que deram ao salão o seu nome original.
As estantes de livros estão instaladas em nichos na parede, as janelas possuem vista para os espaços circundantes. A fim de torná-las acessíveis, o nível do chão é elevado ao longo do perímetro da biblioteca, resultando em áreas que caracterizam várias funções da biblioteca (área para crianças, sala de leitura, área de pesquisa).
O espaço é dominado por um sistema de grelha que estabelece a construção, colunas, o teto abobadado de tijolos de vidro, janelas e portas. Este ritmo ortogonal é visível mesmo nas prateleiras, nas partições, no movimento retilíneo através do espaço, até nas perfurações de metal das prateleiras brancas e nas mesas.
Contrabalanceando o branco brilhante, o espaço monumental da biblioteca é um foyer escuro, um hall de entrada que serve como conexão às salas de serviço, central de internet, escadaria e sala de conferências. Com sua cor e atmosfera, este espaço contrastante se refere a própria indústria da mineração, trazendo à tona a zona utilizada, anteriormente, exclusivamente pelos mineiros.
No corredor central que leva à sala de banho existe uma pequena sala em "Memória aos Mineiros", fechada por uma grossa cortina de borracha, que consiste de vídeos arquivados da vida subterrânea dos mineiros, projetada em uma cortina de água.
Telhas lisas verdes de cerâmicas cobrem as paredes da casa de banho dos antigos mineiros são preservados em partes, criando um ornamento visualmente impressionante ao longo das paredes pretas, referindo-se discretamente à utilização original do quarto.
A construção principal da intervenção no espaço é a inserção de um novo piso. De forma a diferenciá-lo do próprio espaço como um completmento, um corpo estranho, foi projetado como uma caixa de aço, com aço na estrutura e chão e telhado de metal.
A próxima fase do projeto é o desenvolvimento de um Hall Multimídia, para ser abrigado na casa de banho já mencionada. É uma sala de proporções bastante impressionantes, que leva para a recentemente inaugurada biblioteca pública .