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Arquitetos: Edouard Francois
- Área: 4350 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Paul Raftery
Descrição enviada pela equipe de projeto. Nosso projeto nasceu no terreno de uma estação de polícia abandonada, logo após os últimos blocos de habitação de Ris Orange, um subúrbio de Paris. Na periferia da cidade, o terreno enfrentava uma selva impenetrável com caravanas apodrecendo e as ruínas de um chateau.
Nestas condições à beira da cidade, a única saída da cidade era indicada claramente por sinais. A questão da entrada, então, se tornou obsessiva. O movimento dispersante do local precisava ser invertido em um tipo de força centrípeta. Para que isso fosse realizado, precisávamos recriar uma entrada. É dessa ideia que a "Orange of Ris" nasceu. Não é simplesmente uma edificação, mas um sinal positivo na entrada da cidade, voluntariamente colorida e cheia de uma materialidade cativante.
A edificação não é pintada, mas possui materiais de cor laranja. É feita com telhas de terracota geralmente encontradas nos telhados de casas e armazéns industriais. Um material escamoso e espesso, que dá a impressão de uma forte proteção. Rico e desejável, compensa pelas edificações dos anos setenta nos arredores que são tão pobres quanto uma torrada sem manteiga ou geleia.
O material é suspenso no ar, como uma bandeira, sem relação com o solo. Situa-se em um estacionamento exposto ao ar livre, projetado como um espaço de exposição do museu e iluminado com luzes de cor laranja como um sinal a noite... ou uma obsessão. A estrutura de concreto possui força suficiente para elevar a massa.
Na entrada, as colunas e vigas não existem; somente uma massa isolada de concreto carrega o peso do edifício; ele foi dimensionado para compensar a ausência de uma estrutura. No interior, tudo é de suporte de carga, como a plataforma de uma ponte. As paredes grossas são de concreto e todas as fachadas são vigas. O som ressoa como se fosse um calabouço medieval.
Gravado no lado da massa de concreto se encontra o brasão de armas de minha família, com seu lema "Pour de vrai" ("de verdade"). L'Orange é cercado por uma clássica cerca com ponta de lança, como seria encontrado ao redor de um chateau. Uma cerca envolve fortemente a construção, protegendo somente a edificação onde a propriedade é a própria vista. O tratamento do terreno é mineral, sem árvores ou plantas, no estilo dos jardins zen japoneses com pedras imensas que são colocadas sobre o cascalho.
O ancinho do jardim é sua única expressão no decorrer do tempo. Eu amo a densidade fanática deste objeto sem um terreno, o balanço além de suas cercas, gerando exatamente o contrário das condições do vizinho, onde a terra não é mais do que um espaço abandonado e vazio. As cercas, as lâmpadas, a densidade do edifício com seu invólucro, e o brasão de armas gravado trabalham para proporcionar uma sensação de segurança e permanência, similar às fundações e construções religiosas.