Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada a 13 metros de altura sobre o Oceano Pacífico, em uma ilha remota, a Residência Tula reflete a irregularidade das rochas, a praia, o bosque, tanto na sua forma geométrica e quanto espacial.
A topografia do terreno é altamente irregular; com perspectivas diversas. As vistas em direção ao leste perdem-se sobre o mar aberto e as ilhas do Estreito de Georgia, até as montanhas da parte continental de British Columbia. A vista ao sul observa uma pequena bacia. Colinas de basalto cobertas de musgo intercalam-se entre as extensões arborizadas e fendas de vegetação exuberante, vales e solos pantanosos. Árvores de amieiro e as icônicas folhas de plátano canadense conferem vida, ao predominantemente escuro, bosque de pinheiros.
A residência cria uma sensação de aconchego entre a diversidade da paisagem. Muros de pedra delineiam um caminho de cascalho até a casa. Muros de concreto, escalonados e independentes, revestidos com painéis de fibrocimento, começam a descrever o espaço. Estes painéis são pintados de preto. De longe, a residência se camufla no bosque escuro. A cobertura, de musgo nativo, aparece desde cima, conferindo continuidade ao terreno circuncidante.
A água subterrânea flui continuamente através do local, e é armazenada momentaneamente no pátio de entrada. O terreno plano do pátio e o piso interior da residência são placas de concreto distribuídas em grandes fragmentos. No interior da casa, os espaços são definidos por uma série de paredes de concreto que canalizam o fluxo do espaço através da vista ao mar. Este fluxo primário se diversifica a espaços secundários, que se ramificam e separam cada ambiente, dando enfoque para a diversidade do lugar: a pequena bacia de maré pode ser vista desde o canto da cozinha, uma pedra saliente coberta de musgo desde os dormitórios e uma vista posterior em direção ao uma faixa de árvores de folha caduca.
Uma cobertura feita com estrutura de aço reflete a ordem dos muros de concreto e as placas do piso. Estreitas claraboias projetam a luz em ângulos oblíquos através do espaço. Na beira do abismo, a solidez dos pisos de concreto fica para trás. Um terraço de madeira com estrutura de aço fica em balanço sobre o ar. Enquanto uma extensão interrupta de aberturas de vidro confere ao interior vistas sublimes e distantes, as janelas até o chão da sala de estar abrem-se vertiginosamente às texturas, à praia e ao oceano. Elementos de madeira são espalhados livremente nos espaços, imitando restos e detritos naturais da praia.