- Área: 220 m²
- Ano: 2010
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Fotografias:Nico Saieh
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Fabricantes: Onduline
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está num terreno de 100 x 50 metros, localizado em um bosque de Ulmos, Arrayanes Melis e outras espécies nativas. É atravessado irregularmente por um córrego, que modela a topografia do solo.
O córrego e seu percurso pelo terreno, dão origem a ideia geral do projeto.
Atravessar o córrego como uma ponte, resgatando a linguagem leve e transparente que permite se inserir no bosque sem alterar excessivamente os componentes principais do entorno.
O impacto sobre o bosque e ao córrego seria mínimo.
Na busca do melhor lugar para implantar a casa, foi escolhida área com menor densidade de árvores, onde o platô gera uma diferença de nível entre ambos os lados de 2,5 m. Isto permitiu diferenciar os apoios (dois blocos de concreto), um de cimento, próximo ao nível do terreno natural, (o limite Sul) e outro como uma base em pedra, de apoio ao lado Norte.
Esta base contém o acesso principal conformado por um saguão ou um volume que avança em relação à casa, que conduz à uma escadaria que leva ao nível principal.
Este volume se estrutura sobre os dois blocos de concreto que são ancorados e apoiados por três vigas IN de aço. Acima deles, está um quadro de vigas e pilares duplos de madeira (Laurel de demolição) de diferentes esquadrias. Entre os pilares, janelas térmicas se apoiam diretamente na estrutura.
Isto permite minimizar os elementos e maximizar as vistas.
O comprimento total do volume principal pode ser visto e percorrido através de um caminho envidraçado entre os dois acessos, atravessando a estrutura aparente de pilares e diagonais que levam à um acesso secundário, permitindo um percurso contínuo entre ambos os lados do riacho.
No interior deste, estão os usos de caráter mais públicos da casa, as circulações, a cozinha, sala de estar e de jantar e para coroar estes espaços comuns, uma varanda coberta.
No sentido inverso se apoia sobre o volume principal, um volume que contém os dormitórios e os espaços mais privados da casa. Por isso, sua linguagem é mais opaca e fechada, principalmente voltada ao sul. A altura alcançada permite uma vista longínqua e clara através das copas das árvores.
Dentre os requerimentos iniciais importantes estava o fato de utilizar madeiras nativas sustentáveis. A estrutura geral, vigas, e pilares aparentes, assim como pisos, forros, interiores, portas e marcos são de madeira de Laurel de demolição (resgatada do desmanche de casarões antigos).
Os demais materiais utilizados foram:
- Madeira de pinus tratada, para a estrutura secundária;
- Concreto armado nas paredes de apoio;
- Vigas metálicas IN;
- Painel Onduline, para o revestimento externo do segundo volume;
- Vidros Termopanel;
- Painel A2 Zinco Pré-pintado, Teto;
- Volcanita;
- Poliestileno expandido de alta densidade;
- Lã Mineral.
Originalmente publicado em 31 Outubro, 2014