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Arquitetos: Haworth Tompkins
- Área: 4600 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Philip Vile
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os arquitetos da Haworth Tompkins finalizaram uma grande reforma do Teatro Chichester, incorporando um auditório totalmente remodelado, espaços maiores de foyer, além de um novo estacionamento e jardins do entorno.
O edifício data de 1962, foi idealização de Leslie Evershed Martin e agora pertence à prefeitura, ocupa um lugar importante não só no coração da comunidade de Chichester, mas também na história do teatro britânico. Originalmente projetado como um 'pavilhão em um parque' para festivais de verão pelos arquitetos britânicos Powell e Moya, o inovador auditório de palco aberto foi inspirado pelo Teatro de Tyrone Guthrie em Stratford Ontario e foi o primeiro espaço de performance do Reino Unido, com capacidade para 1300 pessoas. Laurence Olivier foi o primeiro diretor artístico produzindo um 'festival' de três shows na sua primeira temporada em 1962. Durante seu mandato, Olivier criou uma empresa de atores e outros profissionais de teatro em Chichester, que forneceu o núcleo da Companhia de Teatro Nacional.
A estrutura em concreto armado e a cobertura tensionada foram declarações arquitetônicas fortes na época, mas sucessivos anexos fragmentados e alterações desde a década de 70 reduziram gradualmente a clareza e legibilidade do conceito original. A abordagem de Haworth Tompkins foi eliminar todas as estruturas não originais e reconstruir inteiramente as instalações dos fundos com uma nova extensão, complementando o concreto aparente de Powell e Moya com uma fachada igualmente dramática de Aço Corten, que irá mudar de cor para um bronze escuro ao longo do tempo. Muitos reparos eram necessários na estrutura de concreto de 1960 e foi outro elemento importante da reforma.
Os espaços da parte frontal foram restaurados à sua clareza e abertura original, com a adição de um novo café e a abertura da escadaria original para a luz natural. Dois novos elevadores propiciam acessibilidade total ao longo de todo o teatro pela primeira vez. O artista plástico e colaborador regular Antoni Malinowski pintou a cobertura do café e uma série de paredes dentro do foyer para complementar a geometria da estrutura existente e também para amplificar a presença da paisagem do entorno. Lajes trapezoidais especialmente produzidas com milhares de pequenas conchas diferenciam os espaços originais daqueles novos, como os espaços de foyer e terraços externos do café.
Trabalhando com outro colaborador regular, o consultor de teatros Charcoalblue, o auditório foi drasticamente remodelado para melhorar as vistas das poltronas, aumentar a 'intensidade teatral' e proporcionar um ambiente mais adaptável e mais sofisticado tecnicamente para os produtores de teatro. As antigas galerias laterais foram reformadas e as poltronas receberam nova inclinação e reconfiguradas para reforçar a conexão entre os atores e o público. Para evitar o sobrecarregamento da cobertura existente, uma estrutura independente foi projetada para suportar os sistemas de engenharia de palco sobre a área de performance, com uma nova infraestrutura de pontes de iluminação.
Como parte da reforma, todas as instalações de aquecimento, resfriamento e ventilação em todo o edifício foram substituídas com novos sistemas de alta performance. Em particular, uma nova bomba de calor subterrâneo foi instalada, que é capaz de extrair calor das águas subterrâneas sob o terreno, utilizando uma matriz de perfurações localizadas ao redor do edifício do teatro. O Teatro usa esse calor tanto para aquecer o edifício durante o inverno como para resfriar o edifício durante o verão.
Sempre que as cargas do edifício e o tempo permitirem, o sistema pode extrair calor das áreas já aquecidas, como o auditório, e direcionar este calor para áreas mais frias, como o foyer para garantir que o calor seja utilizado eficientemente. Como o calor que a bomba subterrânea está extraindo é derivado do calor do sol, o sistema significa que o Teatro Chichester pode cumprir com 10% de suas demandas energéticas utilizando fontes renováveis.
O teatro existente era de uma época antes da eficiência energética ser uma preocupação significante, e a maioria das obras de melhoramento incluíram a introdução de uma significante quantidade de obras de atualização relacionadas à temperatura e isolamento. Os envidraçamentos existentes que eram de apenas uma lâmina de vidro foram substituídos por vidros duplos de alta performance, a cobertura do auditório foi atualizada termicamente e as paredes do teatro receberam isolamento para auxiliar a reduzir as demandas energéticas do edifício o máximo possível.
Externamente, Haworth Tompkins e o arquiteto paisagista Camlin Lonsdale restauraram os entornos que eram de 1962 e incorporaram um novo plantio de árvores, um pátio de serviços e o jardim dos atores, além de novos terraços para o café. O projeto com orçamento de construção de £13m foi construído pela empreiteira Osborne a tempo de sua inauguração para o festival de verão de 2014.