Habitação Social “Zilverzijde” / Atelier Kempe Thill

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  • Equipe De Projeto: André Kempe, Oliver Thill, Teun van der Meulen, Rafael Alencar Saraiva, Marcel Geerdink, Anja Mueller, Peter Graf, Stefanie Diwischek, Andris Rubenis, David van Eck
  • Supervisor: Ruurd Gietema / Frank Weijzen
  • Física Construtiva: Cauberg Huygen raadgevende ingenieurs bv, Rotterdam
  • Engenharia Estrutural: ABT bv, Delft
  • Instalações: ABT bv, Delft
  • Documentação: Adviesbureau Both, Haarlem
  • Gestão Da Obra: VGG Adviseurs, Capelle a/d IJssel
  • Construtora: Dura Vermeer Leidschendam bv, Leidschendam
  • Planejamento Urbano: KCAP, Rotterdam / Departamento de Planejamento Urbano de The Hague
  • Cliente: Ceres / Vestia Den Haag Zuid-West
  • área Do Terreno: 7.471 m²
  • Cidade: The Hague
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© Ulrich Schwarz

Descrição enviada pela equipe de projeto. Távola Rasa Radical 

Em 2006, Atelier Kempe Thill foi encarregado de projetar o Block 10 no bairro de Moerwijk do The Hague com 88 apartamentos e 27 casas geminadas como resultado de uma negociação procedida pela Vestia, maior empresa de construção da Holanda.

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Situação

Moerwijk é uma típica área residencial com edifícios dos anos 60, como existe em várias cidades grandes da Holanda. Também aqui, a cidade e as empreiteiras de habitações concordaram com uma 'demolição compreensiva' de toda uma área ao invés da renovação dos edifícios existentes.

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A empresa KCAP foi a encarregada em criar um novo plano de desenvolvimento urbano, cujo projeto é fundamentalmente baseado nas estruturas das ruas e quadras existentes. O que difere aqui  - como na maioria das situações comparáveis de planejamento - é o fato de que é impossível mudar a estrutura das ruas devido às novas infraestruturas necessárias, assim como o fato de uma operação desta escala monumental teria de ser realizada em pequenas etapas de 150 a 250 residências. Por este motivo, o novo desenvolvimento adere quase exatamente aos lotes dos edifícios antigos, mas com uma diferença substancial: a profundidade dos edifícios foi aumentada de 9 m para aproximadamente 13 m, e num novo mix de apartamentos e casas é criado no lugar do empreendimento original, que era exclusivamente de apartamentos. Os apartamentos então localizados nas bordas da área e formam uma 'borda urbana', enquanto que as casas geminadas estão localizadas na interior mais intimista da quadra.

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Corte

KCAP originalmente previa dois dos três pavimentos de apartamentos no coração da área como uma testemunha ao desenvolvimento urbano original de Willem Marinos Dudok. Baseado nos estudos de viabilidade conduzidos pela empresa construtora, estas duas estruturas estavam, no entanto, também aprovadas para demolição no final das contas. A renovação combinando apartamentos assim como os projetos de eficiência acústica e energética teriam excedido o limite orçamentário, uma vez que a implantação e a estrutura dos edifícios também não eram apropriados para as mudanças planejadas.

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A impressionante quantidade de verdes plantados nos pátios e as árvores cuidadosamente compostas das ruas (belíssimas espécies com floração ornamental) também foram sacrificadas pela demolição, então depois de 50 anos, tudo recomeçou virtualmente do zero na base de uma consistente tábula rasa - e de fato, a fascinação pela área virgem é algo típico da Holanda, onde é possível sonhar com novos edifícios, como um novo começo da vida.

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Além disso, o que é notável é a lógica econômica de tal operação de larga escala, que em última instância, faz com que toda a produção atual de edifícios residenciais na Holanda pareçam um aumento no luxo. Tal operação somente é viável quando aproximadamente duas vezes a quantidade de espaço habitável é construída novamente. Finalmente, no entanto, apenas o mesmo número de residências como antigamente será construído, apesar de dobrar a área. Além disso, aproximadamente apenas metade do número de pessoas vai viver nestes novos apartamentos comparados à 50 anos atrás.

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Fachada

Um coletivo sem coletividade

O novo projeto para o Block 10 foi concebido por KCAP significando um empreendimento de apartamentos ao longo da Erasmusweg, que é a principal rua que leva ao centro de The Hague, e também uma área de desenvolvimento de casas geminadas localizada atrás dos apartamentos. Os edifícios ao longo da Erasmusweg servem como uma barreira sonora para a área do entorno, além do limite virtual da cidade.

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De acordo com a análise de Atelier Kempe Thill sobre o espaço necessário para estacionamento e espaço de armazenamento para os apartamentos, que também estariam localizados no térreo, se torna claro que seria necessário assumir que tal espaço entre os dois edifícios seria ocupado com vagas de garagem. Construir um estacionamento subterrâneo seria inviável devido ao nível da água do lençol freático. Como alternativa (e similar ao projeto residencial em Amsterdan-Osdorp), Atelier Kemore Thill propõe a cobertura do espaço de estacionamentos com um grande jardim na cobertura, que servirá como terraço para os apartamentos vizinhos assim como uma área comunitária com possibilidade para as crianças brincarem. Generosas aberturas no jardim de cobertura facilitam a ventilação natural da garagem. 

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As discussões sobre essa ideia que o Atelier Kempe Thill realiza com a corporação da habitação são dignos de nota. Rapidamente se torna claro nas reuniões com Vestia que a combinação de casas geminadas com apartamentos levariam a diferenças sociais entre os moradores, o que tornaria qualquer uso compartilhado do pátio inconcebível. Vestia é da opinião que a segunda e terceira geração de imigrantes turcos e marroquinos que alcançaram a prosperidade iria viver nas casas geminadas, que as famílias grandes, de primeira geração da Turquia e Marrocos, provavelmente viveriam nos apartamentos subsidiados, e o cidadão holandês aposentado prefere os andares superiores. De acordo com esta avaliação, nenhum dos grupos-alvo estaria interessado em compartilhar um único pátio com os outros. O desenho desejado é, portanto, aquele que garante uma coerência generosa oticamente enquanto separa claramente os moradores das duas seções espacialmente.

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O Acesso

Empreendimentos de Habitações Residenciais na Holanda nos anos 60 e no começo dos anos 70, por exemplo o célebre Bijlmermeer em Amsterdan, é principalmente caracterizado por grandes varandas anônimas para se acessar as residências individuais. Esse forma de acesso é seguramente a mais econômica já que a passagem em forma de vigas de concreto pré-fabricado apenas necessita ser no exterior da estrutura do edifício, sem necessariamente ser parte da estrutura isolada do edifício.

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Planta Baixa

Devido à anonimidade de uma varanda de acesso e o fato que os moradores estão completamente expostos às intempéries do tempo antes de chegar ao elevador ou às escadas, o acesso à este corredor - especialmente se é longo - é uma das maiores críticas expressadas aos edifícios residenciais de arquitetura do modernismo tardio. A fim de melhorar o acesso às varandas de acesso social e arquitetonicamente, os arquitetos propõem combinar as varandas dos apartamentos diretamente com a entrada, ampliando-as. Esta combinação é apreciada particularmente no caso dos apartamentos para a geração "55 plus", uma vez que facilita o contato mais social.

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Grandes Panoramas

O tamanho do apartamento dos apartamentos-padrão que a construtora desejava era de 95 m² com dois quartos. Praticamente todas as dimensões internas, inclusive aquelas relativas à ergonomia, foram definidas pelo sistema de certificação Woonkeur, que se aplica a construção de casas subsidiadas na Holanda. Dentro desta planta básica, apenas dois possíveis layouts surgem: o primeiro com a sala de estar atravessando o edifício com os dormitórios em cada lado da fachada. Na segunda opção os dormitórios ficam concentrados no mesmo lado em relação à sala, proporcionando uma ampla sala com vistas para o parque. Essa disposição possibilitou o projeto de uma fachada de vidro para todas as salas de estar, do piso ao teto, com uma abertura deslizante de 2,5 m. Os apartamentos de esquina do edifício possuem a sala de estar nesta esquina, com envidraçamento do piso ao teto também. 

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“Apartamento Dourado”

A aparência externa do complexo é definida por uma sutil tonalidade 'champagne' de todos os elementos construtivos metálicos da fachada externa, que acaba por estabelecer uma conexão com a atmosfera das outras áreas residenciais do entorno. O objetivo de ter as esquadrias e outros elementos metálicos em dourado é emprestar ao complexo residencial um toque de nobreza e conscientemente quebrar o estigma em relação à habitação de interesse social, embora ela tenha um orçamento baixo, não precisa parecer barata. 

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Fachada

Nas duas fachadas principais frente à Erasmusweg e Wildenborghstraat respectivamente, o vidro domina a fachada. Isso dá ao complexo um caráter distinto em relação ao exterior, enquanto que os quartos, voltados para a circulação de acesso interna possuem o caráter mais privado. As grandes aberturas em vidro têm uma relação harmônica com o tamanho total do edifício, o que significa que uma escala geral pode facilmente ser compreendida.

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Detalhe em Corte

O detalhamento das duas fachadas representam um passo à frente no refinamento de projetos deste caráter em Amsterdam-Osdorp e Zwolle. Esta situação é particularmente relevante uma vez que foi possível alcançar uma grande redução de ruídos de mais de 28 decibéis, o que reflete elevados requisitos para os perfils, conexões e vidro.

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As dimensões das áreas envidraçadas são maiores que em projetos anteriores e as coberturas entre as esquadrias são menores, com o objetivo de fazer com que os painéis de vidro parecerem maiores em relação à esquadria. Aqui, estas coberturas consistem de perfis de alumínio com fabricação sob medida. E para dar o edifício ainda mais leveza, os panos de vidros das janelas de esquina não têm o perfil de canto e apenas estão coladas.

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Os apartamentos térreos (estilo maisonette) podem ser acessados a partir da rua através de portas deslizantes. 

Foi possível responder às preocupações do Vestia sobre a facilidade de usar as portas de correr/levantar nas salas, cujo peso do painel excede 250 kg, usando um modelo em escala de 1: 1. Com este modelo, tanto a impermeabilidade ao vento e à chuva, assim como a facilidade de operação para os indivíduos mais velhos é testada por três residentes em potencial.

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Esquema

Em resumo, foi possível dizer no âmbito de orçamento muito reduzido, os desvios padrões habituais eram apenas possíveis como resultado de uma forma de desenho fordista e consistente com o menor número de desvios possível. Isso é baseado na crença de que ao se concentrar apenas em alguns detalhes e com senso crítico em relação às questões técnicas, foi possível alcançar não apenas resultados convincentes mas também inovação técnica. Para grandes projetos de habitação na Holanda, não há maneira possível de confirmar qualquer equivalência econômica suposta entre uma "estratégia de personalização em larga escala", com muitas adaptações individuais e "consistência fordista." Com a estratégia de repetição em série, também é muito mais fácil resolver o aumento do risco e da margem de manobra reduzida no projeto que está ligado a ele.

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Além disso, o Complexo do The Block 10 possui um conceito visando o futuro em relação ao consumo de energia, sem contar as estratégias padrão, como recuperação de calor, ventilação mecânica e fachadas com bom isolamento e elementos de proteção solar, toda a energia para calefação é obtida através de um sistema geotérmico.

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Localização do Projeto

Endereço:The Hague, Holanda

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Sobre este escritório
Cita: "Habitação Social “Zilverzijde” / Atelier Kempe Thill" [“Zilverzijde” Social Housing / Atelier Kempe Thill] 17 Out 2014. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/751204/habitacao-social-zilverzijde-atelier-kempe-thill> ISSN 0719-8906

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