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Arquitetos: atelier data
- Área: 314 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Mercês Tomaz Gomes
Descrição enviada pela equipe de projeto. A casa Sol localiza-se em Vilamoura no Concelho de Loulé, um dos locais de maior vocação turística do Algarve e um dos principais destinos de férias dos portugueses.
Inserida num bairro de moradias unifamiliares, o projeto incidiu sobre uma construção existente que data dos anos 80 e sobre a qual se propôs uma intervenção que visou a expansão e a adequação a um novo programa.
O projeto de reabilitação/expansão concentrou-se assim nos seguintes princípios:
:: Conceber uma solução que articule a construção pré-existente com uma proposta de expansão capaz de interpretar o programa da habitação e adequar-se simultaneamente ao desenho pré-existente;
:: Apostar na clara distinção entre a zona privada e a zona social que constituem o programa da habitação, tirando partido da configuração em L da construção inicial;
:: Valorizar o conceito gerador da casa existente, o alpendre, acentuando a relação entre interior e exterior com a criação de maiores aberturas nas fachadas Sul e Poente;
:: Introdução do elemento “pátio” como elemento adicional na resolução de questões que se prendem com a iluminação e ventilação natural da casa, explorando simultaneamente relações de atravessamento visual entre espaços;
:: Propõe-se o acréscimo da piscina de uma área de espelho de água, resultando um plano de água de dimensões proporcionais à construção que o envolve, criando simultaneamente uma privilegiada zona de estar exterior.
CONCEITO
Do ponto de vista da volumetria, procurou-se introduzir através da correção de alguns alinhamentos, uma maior clareza do objecto construído, reforçando a configuração em L que a construção detinha originalmente.
A nova configuração é sugerida através de novos volumes que se anexam/adoçam à construção existente, erguendo-se na continuidade de planos existentes e replicando a geometria dos planos de cobertura, distinguindo-se porém da construção inicial através da sua materialidade.
A combinação entre os planos de alvenaria da construção inicial e os planos em betão aparente permitem identificar os diferentes “tempos” da casa, conciliando a estrutura pré-existente com a recente intervenção empenhada em construir renovadas relações espaciais e novos compromissos programáticos.
Estes novos “corpos” permitiram simultaneamente articular a relação que a casa estabelece com as ruas, para as quais se fecha, e para o jardim para a qual se abre.
PROGRAMA
Do ponto de vista funcional, o programa distribui-se num só piso.
O Hall de entrada funciona como rótula a partir da qual se distinguem duas grande áreas – a área social, na ala esquerda e a área de acesso aos quartos que se desenvolve na direção/enfiamento da entrada.
O corpo correspondente à área social integra a cozinha, a sala de jantar, a sala de estar e o grande alpendre que se relaciona diretamente com espaço da piscina.
O prolongamento da piscina favorece a relação visual entre a sala de estar e o plano de água reforçando simultaneamente a relação entre a construção e a piscina à volta do qual se localiza a grande área de estar exterior.
A ala de acesso mais restrito, resulta da distribuição linear de três quartos, sendo o último o quarto principal da casa onde um novo corpo de remate alberga instalação sanitária, quarto de vestir e um pátio entre eles, responsável pela iluminação e ventilação destes dois espaços.
Ainda na entrada o espaço escritório permite abrir-se ou fechar-se para o espaço de entrada, comprimindo ou dilatando esta área, sendo futuramente possível integrá-lo na ala dos quartos.
A estratégia de desenho adotada resulta em síntese da combinação entre a procura de uma clara leitura do objecto e do programa de usos e funções que alberga.
Os pátios e alpendres são responsáveis pela mediação entre os espaços interiores e o exterior da casa.
MATERIALIDADE
Optou-se pelo uso de materiais e revestimentos tradicionais, de que são exemplo os materiais cimenticios, os rebocos, as madeiras, e os barros de tradição local, combinados com a construção em betão dos novos elementos cuja cofragem executada em réguas de madeira permitiu introduzir uma certa plasticidade ao material, adequando-o à escala do programa da habitação e ao universo da casa.
A pintura da casa num off-white surge como elemento articulador da construção, unificando a estrutura pré-existente e os novos elementos de construção.