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Arquitetos: Plan B Arquitectos; Plan B Arquitectos
- Área: 1305 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Alejandro Arango
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Fabricantes: Cubiertec, Inmunizadora Serye, Metecno
Descrição enviada pela equipe de projeto. Para chegar ao município de Vigía del Fuerte, em Antioquia, Colômbia, a única forma possível é através de avião ou helicóptero saindo de Medellín, ou navegando pelo rio Atrato. Sua população é uma mistura de comunidades afro-descendentes, mestiços e indígenas. Os emberas, vivem em várias comunidades distantes da pequena zona urbana localizada ao longo do rio. O papel da nova Instituição de Ensino é receber estas comunidades indígenas por curtos ou longos períodos durante o ano, oferecendo lhes um lugar para viver, dormir, alimentar-se e receber educação sem deixar seus povoados de forma permanente.
As condições urbanas, sociais e ecológicas do lugar são complexas: uma vez por ano e durante a época de chuvas as águas do rio Atrato sobem e inundam por vários meses o solo do povoado e por este motivo, as construções existentes são em grande medida, palafíticas e se comunicam por meio de passarelas elevadas. Durante a época de inundações, as conexões são feitas através de lanchas e barquinhos, já que os caminhos secos desaparecem. O isolamento e a violência do campo na Colômbia afetaram o desenvolvimento dessa comunidade.
No extremo norte do povoado e próximo a floresta, está situado o novo edifício, dentro de uma trama urbana longa e ortogonal, ocupando quase toda a área útil do lote em um só nível e articulando-se às passarelas elevadas de conexão. O edifício é concebido como uma rua coberta e flexível que pode ser utilizado ou atravessado de um extremo a outro, apoiado por duas faixas paralelas de salões, dormitórios, espaços de serviço, escritórios e banheiros. Foi projetada uma arquitetura permeável através da escolhas dos materiais, articulada ao clima e ao contexto rural.
A baixa capacidade portante do solo, obriga a construir um edifício muito leve apoiado em mais de 50 micro-pilotis fixados a profundidades de 15 mts, suportando uma estrutura palafítica de colunas e lajes de concreto, resistente à água e acima do nível da cota máxima de inundação. A partir desse nível, utiliza-se uma estrutura de metal, leve e resistente a forte umidade relativa do ecossistema tropical. Para os fechamentos evita-se o uso de madeira nativa (quase todas ameaçadas) e utiliza-se a madeira cultivada em áreas próximas a Medellín, que é transportada até o lugar. As coberturas alternam-se entre telhas translúcidas e telhas opacas termo-acústicas. Todo o transporte de materiais foi planejado com um grande número de restrições quanto a tamanho, peso, preço e disponibilidade.