Apresentamos a seguir o projeto vencedor do Concurso Nacional para o Anexo do BNDES, promovido pelo próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Os participantes do concurso tinham como objetivo propor um edifício anexo à edificação existente, localizada no dentro do Rio de Janeiro. Leia a Ata de Julgamento, que premiou a proposta do arquiteto Daniel Gusmão com o primeiro lugar.
Do arquiteto: Nossa proposta arquitetônica nasce principalmente a partir dos anseios de duas entidades detentoras do terreno: O BNDES com sua necessidade de modernização e reorganização espacial em um prédio funcional conectado ao EDSERJ; e a Irmandade Franciscana, visando atrair o grande público de visitantes da região para atividades internas no mosteiro de Santo Antônio, através do chamado "Caminho de São Francisco".
Surge assim, uma volumetria que tenta traduzir de maneira harmônica esta conjunção única de interesses e programas, promovendo a continuidade do tecido urbano e a integração da edificação em seu importante contexto histórico e cultural.
A circulação de pedestres define a organização interna do Anexo e o caráter visual da obra: um grande "rasgo" em rampa escalonada e contínua na face do novo volume, caracteriza o "Caminho" pontuado por um programa próprio de atividades de descanso, lazer e didática, materializado em belvederes, anfiteatros e cafés. Ao chegar ao topo do morro de Santo Antônio, a passagem para o convento se faz através de uma espécie de Portal/Ponte de linguagem simplista, quase atemporal, em respeito aos 400 anos de arquitetura que os separam, onde se dá também a ligação ao terraço público. Este, ajardinado, fazendo uma reverência intencional ao direcionar visualmente suas atividades de lazer e descanso para o EDSERJ e para o jardim tombado do Burle Marx, logo abaixo.
Para desenvolvimento do Conceito, um dos desafios foi traduzir os anseios e postura do BNDES em sua tentativa de fortalecer uma imagem de instituição transparente, democrática e sustentável. Assim, em contraponto ao edifício existente do EDSERJ, como um bloco suspenso, quase opaco, vertical, monolítico e de certa forma austero, criamos o Anexo como um volume horizontal sobre base transparente e acessível, que se mescla à encosta arborizada. No entanto, a escolha dos materiais das fachadas (vidros: translúcidos e opacos; e concreto aparente) faz com que os volumes se relacionem visualmente entre si, sem que o novo anexo perca sua identidade, leveza e contemporaneidade visual, condizente com um projeto concebido cerca de quatro décadas depois.