-
Arquitetos de interiores: Jean de Lessard
- Área: 139 m²
- Ano: 2014
-
Fotografias:Adrien Williams
Descrição enviada pela equipe de projeto. Para o mais recente Kinoya, o designer de interiores Jean de Lessard aproveitou suas pesquisas para emular no seu projeto o espírito primário: a função e estética do izakaya [2], um lugar originalmente informal onde as pessoas bebiam cerveja e saquê. A transformação é particularmente incomum, explorada através de um desenho intimista, baseado nas relações entre as pessoas, o que faz do Kinoya uma verdadeira representação da abordagem particular que o designer costuma criar ao desenvolver diferentes maneiras de ocupar um espaço.
A noção de confinamento é encenado com simplicidade utilizando a geometria fractal e a linha quebrada: uma caixa a qual sua forma lembra uma cobra em movimento, agora preenche o interior da caixa preta do Kinoya anterior, onde só sobraram os padrões florais. A caixa cria uma ruptura entre o conhecido/previsível (o mundo exterior, a abertura) e desconhecido/imprevisível (interior caótico fechado, cheio de cantos e recantos). "Um espaço que se torna evento ou emoção, deve gerar a sua própria energia.
Eu projetei um espaço fechado que está totalmente focado na indústria de festas. Os elementos de design são deliberadamente opressivos ou agressivos, de modo que tornam-se anárquicos, ásperos", explica Jean de Lessard. A queda vertical de 4 a 5 metros entre as partes dianteira e posterior da cobertura contribui para o efeito casulo.
O lugar é sempre cheio desde sua abertura. E apesar de estar, muitas vezes superlotado, a iluminação suave e a atmosfera acolhedora criam um ambiente amigável, onde o cheiro de madeira se mistura agradavelmente com os aromas dos pratos de dar água na boca.
Impacto social
O espaço interno, por exemplo, pode ser imaginado como um origami, composto por triângulos de vários tamanhos colocados de forma aleatória." Jean me disse o que ele queria sentir neste lugar. É uma caverna de fantasia onde as pessoas estão em constante modo de exploração visual", diz o artista Dominic Samson, que construiu a estrutura, trabalho o que o deixou orgulhoso.
Como material durável, a madeira tem uma capacidade excepcional de ressonância e absorção. A irregularidade e angularidade das superfícies desviam mais ondas sonoras, ajudando a abafar o ruído ambiente. A madeira reutilizada de celeiros é local e cobre uma área que representa 4.500 metros quadrados. Bordas feitas com madeira de pinheiro e de abeto de diferentes espessuras foram instaladas em todas as direções. Se por um lado, isso reforça a ideia de caos, por outro, a técnica da madeira laminada colada oferece um acabamento perfeito.
A decoração estilo taberna deixa sua expressão mais simples: o mobiliário e iluminação foram resgatados do Kinoya anterior, enquanto que os desenhos e graffitis confirmam o caráter urbano do estabelecimento. Posters de kakemono são utilizados para esconder a rua e também perpetuar a tradição japonesa.
No Japão, o izakaya é um lugar de socialização e de relaxamento. Aqui no Kinoya, as formas estreitas aumentam as possibilidades de se relacionar com o outro. O projeto apresenta as crenças do Ocidente e do Extremo Oriente (Ásia Oriental) sobre o espírito de comunidade, proximidade e fraternidade, de uma maneira divertida e alegre.