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Arquitetos: Estudio Primitivo González | eGa
- Ano: 2012
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este edifício de estilo neoclássico, construído no fim do século XIX, encontra-se em até os dias atuais, como a sede da Suprema Corte da Região da Castilha e León, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça. Recentemente tornou-se consideravelmente degradado.
Confrontado com a alternativa mais comum de mover os tribunais para um campus construído para este propósito, na periferia da cidade, o Ministério da Justiça preferiu a possibilidade de revitalizar o antigo edifício. O projeto celebra e apoia esta opção, apresentando estratégias para adaptar as características da edificação às necessidades atuais, seu uso, conveniência e estética.
O edifício consiste em dois pisos e um pavimento semienterrado, formando uma base em torno das instalações de construção e habitação, armazéns e arquivos. A proposta de renovação reorganiza os pavimentos. Além de utilizar o sótão, criando um novo subsolo, propôs-se a conversão do pavimento semienterrado em um andar térreo com acesso ao edifício a este nível.
Uma rampa ligeiramente inclinada liga o pavimento semienterrado ao nível da rua, facilitando também a acessibilidade ao edifício, antigamente exclusiva por uma escada.
A posição dos pátios internos no pavimento semienterrado favoreceu esta decisão. Como as instalações da justiça anteriormente localizavam-se “acima” do público em geral, agora, “no nível da rua”, tornaram-se mais perto, mais acessíveis e mostram um desejo de parecer mais democrático.
A planta do edifício consiste em um retângulo, com os corredores construídos ao redor de dois grandes pátios internos. Entre os dois, localiza-se a escada “imperial”, elemento de destaque. O edifício possui uma forma estrutural clara, delimitada pelas seções muradas, com uma articulação simples entre as diferentes áreas, permitindo uma fácil adaptação e reordenamento, mantendo o layout principal.
Os pátios foram cobertos para abrigar as áreas mais públicas, enquanto que os tribunais foram alojados em “caixas de madeira”, visíveis e acessíveis a partir dos corredores. Os pátios previamente isolados e sem graça agora formam um grande espaço iluminado.
O projeto inclui um grande foyer de entrada para reforçar a conexão entre o espaço e outras áreas importantes: a escada, corredores, elevadores, pátios. Onde a escada principal era antigamente escondida por paredes divisórias, agora é visivelmente ligada ao hall de entrada, destacando a integração dos espaços.
A fachada de pedras nobres contrasta com os elementos construtivos do interior em que a utilização de placas de gesso e os esquemas de cores douradas camuflam um edifício mais simples e de materiais de qualidade inferior.
Este projeto tenta superar “aparências” como um meio de expressão e apresenta certa sobriedade na decoração, enquanto, ao mesmo tempo mantendo um acabamento de alta qualidade, não se afasta do uso ocasional de materiais quentes, a fim de compensar o tom da severidade no edifício, principalmente por causa orçamento apertado.
“O projeto agrega valor ao edifício sem enfraquecer a natureza contemporânea de seu uso. No entanto, entende-se que a única maneira de evitar que estes edifícios “vivam” é conciliar sua forma estrutural com a sua capacidade de se adaptar às atuais exigências funcionais. Alguns elementos podem ter sido perdidas, mas conseguimos assegurar a sobrevivência de um edifício que é importante em si mesmo, como uma parte da paisagem urbana e para a área local, mantendo-a em uso como uma edificação chave no centro da cidade.”