- Área: 1506 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Rafael Gamo
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Fabricantes: Cerámica Santa Julia, Comercial Rey, Comex, Helvex, Llano de la Torre, Mosaicos Venecianos de México®, VALVO
Descrição enviada pela equipe de projeto. Havre 69 se encontra na parte sul do Paseo de la Reforma, na colônia Juárez, a mais exclusiva da Cidade do México durante os anos do Porfiriato - período que o país estava sob o governo do general Porfirio Diaz.
Com o século XX e o crescimento da cidade, a colônia Juárez se viu imersa na grande metrópole, seus residentes originais se mudaram para novos bairros como Lomas de Chapultepec e Polanco, enquanto que muitas casas foram convertidas em áreas de negócios, dando lugar à Zona Rosa em meados dos séc XX. Com o passar dos anos, as mudanças de uso do solo e o terremoto de 1985 iniciaram um processo de abandono tardio, que atualmente está sendo revertido pelos programas de regeneração urbana na Avenida Reforma e o Centro Histórico da Cidade do México.
Há mais de 100 anos, a estrutura do séc XIX que trabalhamos alojava quatro famílias de classe média-alta. Nosso projeto fragmenta estas casas em 12 novas habitações, além de escritórios e duas lojas comerciais na fachada frontal: uma padaria e um restaurante de baixo custo, que aliado aos espaços públicos que vincula, conseguem gerar uma mistura particular de usos, dotando de vida este espaço.
Além da ânsia por novidade e o enfrentamento com os gostos de uma parte da sociedade, encontramos a existência de distintas respostas à necessidade de redensificar a cidade.
As propostas de transformação adequadas ao espírito contemporâneo nos fazem readequar aquelas edificações históricas que ainda estão em abundância no México. Havre 69 representa uma oportunidade para voltar a enxergar o 'velho' e recuperar o culto ao 'novo' e tenta superar os condicionantes do tradicional e do convencional.
A principal inovação de Havre 69 é a revalorização e resgate de um edifício abandonado com relevância histórica, modificando seu uso e densificando a cidade. O projeto aproveita, conserva e consolida um espaço arquitetônico antigo, desenvolvendo novos espaços que satisfazem necessidades atuais, com uma linguagem contemporânea que evita o pastiche do 'falso histórico' e consegue que o conjunto se integre ao contexto existente.
Havre 69 cria novas relações entre a cidade, o bairro e as antigas casas abandonadas, ao mesmo tempo que retoma o espaço urbano que ocupa, o qual resulta em melhoras para o bairro e seus habitantes. O projeto deixa a cidade entrar através de praças em suas laterais, abrindo-se ao contexto imediado para regenerar a fratura no tecido urbano do bairro.