Apresentamos a seguir o projeto vencedor da 12ª Edição do Prêmio Secil Universidades Arquitetura, de autoria de José Rafael Freitas. A honraria tem como objetivo incentivar a qualidade do trabalho acadêmico e o reconhecimento público de jovens formados nas Escolas de Arquitetura e Engenharia Civil de Portugal.
Do autor: Um projeto de requalificação de um espaço urbano muito descaracterizado, a praça D. Dinis, entre as construções monumentais do Estado Novo e os monumentos históricos da Alta de Coimbra. O novo desenho da praça, agora livre de trânsito, propõe um arranjo do espaço público e a construção de uma série de equipamentos de apoio académico e social, com destaque para o volume horizontal da cantina em contraponto com a implantação e a proporção da torre, centro de receção e informação sobre a universidade. Trata-se de uma requalificação urbana através da vivificação efetiva do lugar incorporando um edifício, a torre, como elemento simbólico e de referência.
Ao resolver o problema de transição de cotas com umas escadas rolantes semi enterradas, liberta-se a encosta existente, acentuando assim a monumentalidade dos edifícios da Alta de Coimbra. O percurso de acesso rasga uma rampa na praça D. Dinis que contribui para a definição dos seus limites. A implantação e proporção da torre permitem controlar a escala da praça, que está atualmente desequilibrada. A cantina surge como um elemento marcadamente horizontal, que se opõe à verticalidade e massividade da torre. Num gesto que se pretende discreto, o edifício da cantina fica encaixado no terreno, destacando os contrafortes medievais do colégio de S. Jerónimo. A torre, com estrutura de concreto armado, é revestida com painéis de travertino, uma pedra calcária da região de Coimbra usada na maioria das alvenarias do centro histórico. Sua textura, com algumas perfurações, remete para os monumentos históricos da cidade, como a Sé Velha ou o mosteiro de Santa Clara-a-Velha.
O percurso de acesso mecânico atravessa a torre no piso -1, onde se faz a ligação à cantina. No piso 0, piso de entrada, funciona um balcão de informação turística, com pé direito duplo que permite a comunicação com uma pequena loja de lembranças da universidade, no 1º piso. No 2º e 3º piso haverá lugar para uma área de exposição. No 4º piso desenha-se uma sala polivalente, que poderá funcionar como um pequeno auditório. No último piso surge a cafetaria, com uma vista sobre a cidade só superada pela que se poderá ter na cobertura, que se assume como mirante.