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Arquitetos: SAOTA
- Área: 1005 m²
- Ano: 2010
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Fotografias:John Devonport
Proposta
"A proposta era de criar uma casa de fim de semana para uma família de Joanesburgo e que pudesse eventualmente ser usada como moradia principal. O local tem vistas espetaculares e era importante que a conexão entre elas fosse maximizada", diz Greg Truen, um dos arquitetos.
Local
A casa está localizada no empreendimento The Cove em Peluza Estate nos arredores de Knysna. A fachada leste e sul têm vista para o mar. O acesso é feito pelo nordeste e há outras propriedades no leste e norte da casa. O terreno possui um declive de nordeste para sudeste.
Abordagem
A principal ideia por trás do projeto era criar um espaço único com apenas um telhado que acompanhasse o declive do terreno. O telhado é alto o suficiente para permanecer fora do campo de visão de quem está no interior da casa, criando a ilusão de que se está dentro da paisagem, e não em uma sala olhando para a mesma. Um grande recorte triangular no telhado reforça a conexão com o céu.
Uma análise solar detalhada da casa foi feita para evitar a luz direta do sol, que não fosse a matinal. Como resultado, adicionou-se um elemento horizontal de sombreamento na metade da altura do pé-direito duplo e a claraboia foi protegida por uma tela de madeira que pende no interior do espaço para diminuir a escala dos volumes de pé-direito duplo. Tomou-se cuidado em utilizar vidros eficientes que minimizassem os impactos da insolação direta.
A entrada da casa é feita pelo nordeste no alto do terreno. Essa fachada é baixa e horizontal. A escolha dos materiais, com o concreto aparente, revestimentos de madeira e pedra farão com que a casa se misture à paisagem com o passar do tempo. O projeto é orientado pelas vistas, entra-se pelo andar de cima do volume duplo, de frente para o oceano. O contraste com a entrada externa é poderosa. Uma grande escada leva ao nível onde está a cozinha, sala de jantar e de estar. À direita, o paisagismo é trazido para dentro da casa, borrando a distinção entre interior e exterior.
Uma escada espiral conecta o nível de estar com um salão privado e o dormitório principal com um mezanino. Essa escada foi feita como um elemento escultural para mitigar a escala do ambiente. Ela desce até um nível inferior, onde estão o dormitório de hóspedes, um home theater e uma sala de estar.
Uma extensão em forma de L para o sudeste abriga os dois dormitórios das crianças. Eles possuem curvas que criam espaços de dormir muito íntimos à noite, que contrastam com o caráter diurno muito aberto. A água é uma questão crítica na região e uma enorme cisterna subterrânea foi criada sob o terraço do jardim para colher água pluvial e minimizar a dependência das casas no sistema de água municipal. Uma bomba de calor e água baseados em sistemas de aquecimento do piso utiliza menos energia que normalmente seria necessário para uma casa dessa magnitude. O conceito por trás da paisagem foi de reintegrar a vegetação e deixar a edificação flutuar sobre essa superfície restaurada.
"Os interiores são despojadas e refletem os requisitos de vida relaxados dos clientes. Os espaços são sóbrios e foram decorados minimalisticamente, enfatizando as linhas fortes e volume da arquitetura. O mobiliário é moderno, e uma série de peças sob medida foram adquiridos da loja OKHA. Uma paleta neutra de marfim, pedras e conchas complementa a madeira natural e os acabamentos em concreto", diz Mark Rielly da Antoni Associates.