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Arquitetos: OBRA Architects
- Área: 372 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:OBRA Architects
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este refúgio de férias para um médico estado-unidense e sua família na Península Osa, é realização de uma fascinação com o selvagem e o desejo de uma vida próxima à natureza exuberante. Localizada em 98 hectares de floresta tropical com vistas para o Golfo Dulce e para o Pacífico, a casa ocupa uma pequena encosta, onde uma vez foi uma plantação de mangas, evitando portanto a necessidade da derrubada de árvores nativas.
Alongando-se da entrada da propriedade ao topo da encosta até a outra extremidade na base desta encosta, as diferentes alas se orientam de acordo com os contornos rotacionados em planta um em relação ao outro. À medida que vão descendo, se articulam e privilegiam os eixos de simetria discretas de múltiplos pontos de fuga, que acabam por estruturar as vistas da floresta ao redor com geometrias silenciosas e invisíveis. Organizada desta maneira, a sequência de chegada tem lugar ao descer a colina através da casa em si, alternando entre a imobilização dos ambientes articulados como simples caixas abertas ao clima favorável em todos os lados. As suas coberturas tradicionais em duas águas e os 'pavilhões' se conectam através de rampas escalonadas protegidas por uma superfície de cobertura triangulada mais complexa. A casa propõe algo bastante íntimo com a colaboração da natureza, que define o espaço e também caracteriza uma sequência decrescente de ambientes que se abrem em diferentes direções.
A casa engloba dois jardins murados a medida que desce a encosta. Estes se definem por muros baixos que conectam os extremos das alas que se alternam. Proporcionando transição entre o "interior" e o exterior, os jardins murados são lugares ao ar livre que podem ser utilizados com segurança nas tardes, quando as cobras venenosas mortais saem da floresta para vagar livremente.
A disposição propõe uma tensão controlada mas instável entre a casa como objeto e o espaço do bosque como sítio. Ao invés de elementos autoportantes rodeados de terra sobre o limite de disposição arquitetônica assim como os pátios que rodeiam, não dá prioridade ao objeto e nem ao espaço. A casa conserva a integridade de um único volume arquitetônico visto de fora, como os pavilhões se sobrepõem em profundidade, comprimindo a percepção dos espaços no meio, no entanto, quando se entra, as vistas do bosque e o céu entre pavilhões fazem com que seja difícil discernir se está rodeado de uma estrutura ou muitas delas.
Com esta localização remota e o orçamento curto, a casa foi projetada para alcançar os seguintes pontos principais:
— Desejo de uma proximidade respeitosa com a floresta;
— Definição de espaços para a alternância anual do calendário climático, desde a proteção contra o sol no verão até as tempestades de chuva no inverno;
— A utilização da topografia para se aproximar da borda da floresta, para gerar um mapa psicológico da casa com intuições de acima, abaixo, golfo de um lado, mar de outro, etc;
— Uma planta aberta que está ao redor e enquadra a paisagem, permitindo que a fauna a atravesse por entre as alas;
— Método de construção flexível o suficiente para criar as formas complexas da cobertura sugeridas pelas exigências de planta, a encosta e a topografia, mas suficientemente simples para ser construído por mão de obra local em uma localização remota.
Devido a esta localização remota, assim como seu orçamento bastante justo, a casa foi construída com materiais locais bastante conhecidos pelos construtores da Costa Rica: as paredes são brancas, de alvenaria com estrutura de concreto armado, os pisos são de concreto polido e os tetos e as esquadrias são em madeira local. A cobertura metálica é estruturada com vigas de compostos metálicos, configuradas a partir de canais "C" conectadas com suportes de chapas de aço dobradas in loco, um sistema que permite a complexidade de moldar-se facilmente à diferentes formas, em um terreno que está distante pelo menos oito horas da loja mais próxima.