Apresentamos a seguir a proposta desenvolvida pelo escritório AND-RÉ Arquitectura para o concurso da Residência Universitária do Campus da Ajuda, da Universidade de Lisboa. Veja algumas imagens e a descrição do projeto, que foi premiado com o segundo lugar.
Dos arquitetos: A proposta procura resolver um programa denso, cumprindo a intenção de construir um equipamento capaz, responsável e rigoroso, numa edificação sustentável, com reduzidos custos de construção e manutenção.
Apesar da densidade do programa e da necessária maximização funcional, procurou-se criar uma arquitetura dinâmica, que estimula os sentidos e que explora propriedades espaciais e plásticas, assumindo-se assim como um objecto arquitetônico baseado na performance, em todas as suas variáveis.
CONCEITO
Concebeu-se um sistema integrado e de carácter holístico, que relaciona racionalmente os diversos valores e proporciona dinâmicas urbanas num sentido de valorização do relacionamento do objecto com a morfologia de cidade.
A proposta apresenta valores fundadores de sinergia urbana, assumindo-se como elemento caracterizador e fundador de urbanidade. O projeto representa um equipamento relevante, único e cativante, não obstante da racionalidade da sua concepção e implantação, respondendo de forma sensível à conjuntura contemporânea e às expectativas do promotor.
O projeto desenvolve-se sobre um sistema lógico e modular que permite a organização racional do extenso programa. Estrategicamente, utilizou-se a regra para criar excepções, sublinhando momentos espaciais particulares entre a repetição programática.
O sistema racional interno – como que a estrutura óssea do edificado – é revestido por uma pele que promove o potencial visual, a dinâmica volumétrica e o contacto sensitivo do objecto arquitetônico com o meio.
IMPLANTAÇÃO E VOLUMETRIA
Propõe-se a distribuição do programa em três blocos arquitetônicos, dispostos sobre uma base que os une ao nível térreo, permitindo uma articulação da distribuição pelo edifício.
A composição volumetrica promove a permeabilidade visual através do terreno, evitando que o edificado se torne num elemento impositivo na paisagem e que seja entendido como obstáculo visual, mas sim como um elemento dinâmico que permite absorver novas perspectivas e ser surpreendido pela paisagem e enquadramentos.
A organização volumétrica foi também concebida de forma a maximizar as vistas e a orientação solar dos quartos, intenção reforçada também através da manipulação geométrica da fachada.