- Área: 1400 m²
- Ano: 2011
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Fotografias:Santiago Robayo
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Fabricantes: Hunter Douglas, Alfa, Arcos, Arkos, Decorcerámica, Metecno
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto está localizado em uma área de vocação habitacional da cidade de Cali, que foi desenvolvida por famílias de alto poder aquisitivo nos anos 60. Por sua localização estratégica, este bairro foi se transformando com edifícios de escritórios, sedes empresariais e comércios.
Os clientes investidores, donos de uma empresa de tecnologia chamada Spectra, planejam construir o edifício para sua sede principal aproveitando a vocação comercial do bairro e oferecendo, além disso, algumas áreas do edifício como escritórios e espaços para aluguel.
O projeto parte da intervenção sobre uma estrutura existente de uma residência construída nos anos 60, a qual deve receber reforço estrutural para ajustá-la a norma vigente, resultando na recuperação exclusiva das lajes de entrepiso.
A Proposta
Cali está localizada a uma altitude de 900 metros sobre o nível do mar, com uma temperatura média de 28°C, fazendo com que seja necessária a proteção térmica dos edifícios que permanentemente recebem sol. Este inconveniente foi resolvido através da arquitetura dos anos 60 e 70, por meio de correntes de ar e brises, que foram utilizados recorrentemente nos edifícios desta época e que são novamente valorizados neste projeto.
O edifício, por solicitação do cliente, possui a necessidade de multiplicar as áreas de renda, exigindo o desenvolvimento de uma grande ocupação. Para garantir o conforto, conservam-se três vazios pré-existentes como pátios, que estarão acompanhados de vegetação, água e luz natural. Somado a isso e a permeabilidade das fachadas, o projeto é traduzido numa adequada ventilação e iluminação passiva no interior dos escritórios.
Com a intenção de criar altos níveis de conforto, propõem-se um sistema de fachada que confere espessor na pele do edifício, e possibilita uma transição climática eficiente e que esteja de acordo com as necessidades de proteção de cada um dos espaços do edifício.
O desenvolvimento solar independente das fachadas cria diferentes sombras como uma resposta lógica à análise do lugar. Este sistema, resolve com contundência a incidência da luz do sol sem negligenciar o impacto dos ventos nordeste para ventilação.
Este sistema climático passivo é traduzido em menos consumo energético e faz com que o edifício estabeleça, desde seu interior, uma relação mais estreita com o contexto, com a paisagem afastada e a vegetação imediata. Os jardins interiores, o terraço e a vegetação suspensa criam um ambiente acolhedor.
A proteção climática, consequentemente, define em grande medida a imagem do edifício, deixando de ser uma falsa fachada ou um revestimento isolante que converte-se em um elemento estruturador do projeto e o aproxima novamente da boa arquitetura da cidade.