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Arquitetos: Gonçalo Byrne Arquitectos
- Área: 13130 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Duccio Malagamba
Descrição enviada pela equipe de projeto. O conjunto urbano do Museu Nacional Machado de Castro descerra das suas fundações o desfile de mais de dois mil anos de história.
Tão fascinante quanto impressionante, este conjunto não é senão a expressão do tempo no artificio do espaço, o que nos obriga a afundar no tempo, na obsessiva ânsia de procura do filão das suas sucessivas transformações e fundamento.
O contato palpável com os estratos do tempo faz aproximar a arqueologia da arquitetura ao ponto de tornar ambas indistintas na aproximação. Mas é, de fato, o domínio do concreto que as aproxima. E, não é o concreto, hoje edificado, mais uma camada nas sucessivas heranças do tempo?
No espaço de dois milênios, o sítio acumula o cruzamento de muitos traços, revelando, não um, mas vários edifícios que se continuaram ou sobrepuseram, cruzarando-se, destruindo-se ou fragmentando-se, gerando residualidades e hesitações, firmezas, abusos, ou revelações de transcendência, fascinantes...
Com a leitura do tempo e das suas camadas, através dos relatos e relatórios arqueológicos, das arquiteturas que se percorreram, do despertar ao entardecer, foram a geografia construída da colina e a sua telúrica os aspectos mais motivantes e, simultaneamente, inibidores na abordagem ao projeto e que despertaram o receio de toque num sistema de vazios e emergências, no qual a imanência do criptopórtico romano de Aeminium foi e é, decisivamente, germinal.