- Área: 6266 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Guy Wenborne, Rodrigo Larraín Illanes
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Fabricantes: Hunter Douglas, Arquiglass, Bercia, Brimat, CHC, Kone
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício situa-se em Alonso de Córdova, no bairro de Vitacura, que se caracteriza por sua forma particular de comércio em Santiago, estando inserido no meio do tecido urbano numa região fundamentalmente residencial e com uma escala capaz de acolher os pedestres, com calçadas largas e arborizadas.
A rua cumpre com as funções de passagem e estar, onde são vistas lojas, cafés, restaurantes e áreas verdes.
Esta região comercial foi sendo conformada mediante a transformações de habitações em comércios, cujo resultado foi uma mescla de estilos e elementos arquitetônicos diversos, onde o espaço urbano é intercalado com habitações de baixas alturas e novos edifícios residenciais.
Para nós era importante que a arquitetura do novo edifício nascesse como uma resposta às características do entorno, reforçando sua relação com o espaço urbano.
A pergunta era como inserir o projeto dentro desse esquema. Como evitar que devido a mudança de uso e escala o edifício se desentendesse do seu entorno e pudesse incorporar-se formalmente e no urbano. Ao fazer uma análise do lugar, nos demos conta que se pode distinguir três ordens ou escalas visuais na área.
- a do pedestre (base)
- a do bairro (altura média)
- a dos novos edifícios, que são vistos de longe (parte superior e topo)
Também foi relevante o fato de que o edifício encontra-se localizado numa esquina de grande importância por estar próxima de Vitacura (e a Igreja), em área de alto tráfego de pedestres e veículos. O encargo consistiu no projeto de um edifícios de escritórios sustentável (certificado LEED) e com identidade.
Desenho volumétrico
O desafio de intervir num espaço como esse para nós requeria encontrar as chaves e trabalhar com elas para estabelecer uma relação entre o edifício e o espaço público. Reforçando essa circunstância, levantou-se meio nível do edifício para criar 2 níveis de espaços comerciais, um meio piso enterrado e o outro meio nível acima da calçada conformando um espaço ou praça intermediária semi enterrada facilmente acessível entre o edifício e desde o espaço público.
Mas não somente bastava criar essa permeabilidade, essa interação, mas era também importante escolher a linguagem dos comércios e espaços, trazendo um tratamento diferenciado na base, mantendo as alturas médias dos locais vizinhos e ordenando as escalas do bairro correspondentes à área intermediária e o topo do edifício, assim volumetricamente reconhecido na base do edifício, o organismo intermediário e no topo ou na parte superior.
Tratamento das fachadas
A encomenda requeria que o edifício tivesse certificação LEED e, ao ter as fachadas principais orientadas para leste e oeste, seu tratamento era fundamental. Este deveria cumprir uma série de objetivos aparentemente contraditórios como evitar a exposição solar e o ofuscamento, mantendo as vistas desde o interior dos escritórios para o exterior. Sabíamos que tecnicamente as perfurações não deveriam sobrepassar 15% da fachada.
Depois de realizar uma série de estudos, projetamos com a Hunter Douglas uma tela translúcida perfurada, para a qual foram feitos diversos estudos para precisar tamanhos e distâncias entre as perfurações e determinar sua cor.
A cor eleita não somente deveria atingir a capacidade de não obstruir as vistas desde o interior, mas que também tivesse bom comportamento térmico e como isso poderia contribuir para os padrões requeridos para a certificação LEED ao otimizar os usos dos equipamentos de refrigeração e calefação.
Finalmente foi obtido que a cor contribuiria com a barreira térmica necessária para o verão e, adicionalmente, ao esquentar essa pele dupla, o ar aumenta de temperatura entre as janelas e a tela, reduzindo-se consideravelmente a necessidade de calefação nos escritórios.