- Área: 9435 m²
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Fotografias:Simón García
Descrição enviada pela equipe de projeto. A proposta agrega ao programa funcional do uso industrial e de escritórios, espaços destinados à apresentação ao público dos processos de produção e uma visita guiada às instalações, o que mostra um grande potencial como elemento educativo, formativo e de divulgação dos valores ambientais e de sustentabilidade que devem orientar as atividades humanas.
O processo industrial inclui: planta de valorização energética de biomassa, produção de água fria (+5C) para a climatização de casas e escritórios, e frio negativo (água glicolada a -10C), que darão conta das necessidades energéticas da empresas de alimento de grande valor agregado, processo de recuperação de frio residual do processo de gaseificação do gás natural líquido da ENAGAS, e uma instalação fotovoltaica que cobre o pátio de recepção e tratamento da biomassa.
Propõe-se que o edifício que aloja a central de energias vá mais além de conter apenas este uso produtivo, sendo transformador no sentido de que usa sua fachada de forma expressiva na cidade e, em alguns momentos, permite a visita do público às instalações, propiciando uma vista ao interior sem interferir na própria atividade.
O uso público também se da ao longo de um itinerário perimetral que inclui diversos pontos de observação ao longo do percurso.
A planta do edifício se estrutura em duas barras paralelas longitudinais. A que está situada a leste, é a que inclui o tratamento da biomassa e o edifício administrativo, onde se encontra o acesso principal à central, que possui um espaço expositivo e uma sala multiuso. A barra oeste inclui os depósitos de água e gelo de acumulação de frio, assim como a área de caldeiras, tonéis de resfriamento e torres de refrigeração.
A barra leste incorpora em seu extremo norte a caldeira, a turbina, uma torre de refrigeração, além dos transformadores e quadros elétricos do processo de biomassa. A parte central é ocupada pelo pátio de biomassa. Nesse espaço é feita a recepção e tratamento da biomassa antes da combustão. Trata-se de um espaço ao ar livre, protegido por uma pérgola fotovoltaica e por uma fachada fechada.
No extremo sul da barra dispõe-se o corpo de escritórios e serviços gerais que se desenvolvem em quatro pavimentos. No térreo está o hall de entrada geral, quadros e transformadores gerias, vestiários e sistemas de acesso vertical. No primeiro piso, espaços de controle, arquivo, salas multiuso e serviços. No segundo e terceiro pisos estão os escritórios.
A barra oeste inclui, no extremo norte, os quatro depósitos de acúmulo de água e gelo com uma altura de 24 metros. O porão é o local das instalações gerais do edifício como os equipamentos de bombeamento e as tubulações de impulso e retorno da rede de distribuição. O térreo incluirá os equipamentos de resfriamento e terá acesso direto da Av. 1 para tarefas de manutenção. O primeiro piso é parcialmente ocupado pelas caldeiras, com uma cobertura iluminada, assim como pelas torres de refrigeração descobertas.
A visita pública é proposta de forma autônoma à atividade industrial. Inicia´se no hall de entrada geral, continuando no primeiro piso onde está a sala multiuso. A partir disso, segue-se adiante para um elevador panorâmico até o mirante. O tour continua pelo perímetro exterior do edifício desde o terceiro piso até o primeiro, na sala multiuso. Esta visita inclui vários pontos de observação ao interior que permitem ver os diversos processos que são desenvolvidos ali.
As fachadas se materializam com uma pele dupla que, relacionada aos materiais presentes nos processos internos, incorpora os tours públicos oferecendo uma conveniente proteção solar e conforto climático.
A fachada leste associa-se à valorização da biomassa mediante um tecido de troncos de madeira. Esta imagem é atingida por uma montagem na estrutura metálica de "gabiões" de malha soldada galvanizada de 15 cm de espessura, preenchidos de fatias de madeira sem casca.
A fachada sul possui um sistema de painéis de malha soldada, onde apoiam-se placas de alumínio como pingentes. As placas de alumínio refletem o entorno e podem mover-se ligeiramente e aleatoriamente com o vento, gerando, em conjunto, a imagem que remete a uma nuvem de gás em movimento.
A fachada norte é constituída por uma persiana vegetal com aplicações mecânicas de "gabiões" e painéis de malha soldada e galvanizada. Os "gabiões" contém bolsas geotêxteis com substrato vegetal e as plantas trepadeiras colonizam os painéis. A presença de 600 m2 de vegetação na fachada fornece benefícios, além de assegurar o balanço de emissões de CO2 em um entorno industrial.
A nível urbano, busca-se a integração com o entorno mantendo os alinhamentos e altura dos edifícios vizinhos e uma volumetria regular, compacta, mas sem renunciar a uma aparência que valorize os novos sistemas de produção energética que contém o edifício.