-
Arquitetos: Carlos García Fernández, Héctor Fernández Elorza; Héctor Fernández Elorza, Carlos García Fernández
- Área: 145 m²
- Ano: 2013
Descrição enviada pela equipe de projeto. A escola de vela para o Real Clube Marítimo de Sotogrande está localizada em uma posição ideal, entre a marina e a praia dos catamarãs.
O projeto está vinculado ao espigão de pedra que percorre longitudinalmente ao longo do passeio no lado norte da praia e pretende levitar sobre o solo, apoiando-se na areia, leve, como se se tratasse de um catamarã. As dimensões reduzidas da escola e suas dependências de serviço fazem com que seja necessário interpor entre a construção e a praia um elemento de tamanho maior que permita que esta seja vista de longe, tornando-a um marco construído junto à beira do porto. A pérgola, que se coloca afrente do edifício, unifica todas as partes do projeto e cria uma limiar em sombra que protege os espaços prévios à construção da exposição direta do sol em sua fachada sul.
O edifício, que apresenta propriedades diversas tanto na sua parte frontal quanto posterior, é composto por duas partes diferenciadas: por um lado, o volume construído abriga o escritório da escola de vela, a sala de sócios, a despensa de velas e os vestiários; por outro lado, a pérgola situada ao sul cria uma habitação ao ar livre que permite desfrutar da paisagem na sombra.
Com um forte caráter náutico por sua leveza e aspecto, o edifício situa-se sobre a areia, ligeiramente elevado em uma posição dominante sobre a paisagem. A sala de sócios é um espaço pensante, que vincula visualmente o porto e a praia, e através do qual entra a brisa marinha oferecendo aos usuários um espaço extra de frescor como uma continuação do exterior.
Os acessos ao edifício são feitos de forma diferenciada. O depósito de velas, os vestiários e os escritórios dispõem de entradas pelas laterais e pela parte posterior do edifício, enquanto chega-se pela frente ao clube social, desde a varanda e em continuidade com a plataforma exterior.
O edifício é construído a partir de uma estrutura de aço galvanizado parafusado e sem soldas na obra, que de forma organizada cria uma série de ritmos nas fachadas, potencializando seu caráter náutico e leve. A sala de sócios abre-se ao norte e ao sul por panos de vidro, acessíveis pela praia, que permitem a continuidade espacial assim como a ventilação cruzada. O restante dos fechamentos, tanto em paredes, pisos e tetos, se realiza por painéis de cimento e estacas de madeira que asseguram a durabilidade e o bom comportamento do edifício ante a situação meteorológica e a crueza do mar. Além disso, a pérgola situada ao sul é construída com uma estrutura metálica, igualmente galvanizada, e um sistema de tensores que suporta uma cobertura de palha, em consonância com o local.
Abaixo desta pérgola, ou desde o interior da sala social, o mar e a Pedra de Gibraltar tornam-se, emoldurados pela arquitetura, protagonistas.