- Área: 470 m²
- Ano: 2014
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Fotografias:Larry Sestrem
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Hayashi, estabelecida em um terreno em frente a área coletiva de 59.200 m² de um condomínio residencial, tem na sobreposição de uma retângulo a um quadrado a articulação de seus setores íntimo e social.
A casa estabelece-se sobre uma elevação projetada do terreno em 50cm.Tal recurso, além de atentar às possíveis questões pluviais, gerou determinado tipo de privacidade em relação ao térreo em virtude do limite de altura do muro imposto pelo regimento do condomínio.
No acesso principal à residência, a entrada posta-se perpendicularmente ao percurso, evitando assim uma relação franca com a rua e de outro modo evocando alusivamente a promenade architecturale corbuseriana.
Na parte térrea, organizam-se os setores social e de serviço. A piscina estende-se parcialmente sob a projeção do volume superior, faceando a empena de concreto que define o ambiente da sala de estar, gerando um acesso alternativo e direto a área externa da residência pela rua.
A cozinha volta-se a todos os ambientes do pavimento térreo sem qualquer intermediação de paredes e, deste modo, não se desvincula da área externa –piscina.
Uma parede de cobogós articula a fronteira entre o espaço privado da residência e as perspectivas externas orientadas à praça. Esta mesma parede translúcida é a que se antepõe ao lavabo, que tem uma pele de vidro orientada também à praça do condomínio.
No volume superior retangular, estão dispostos os dormitórios, que em sua face sul, estão conectados por um corredor, interno, voltado à praça do condomínio e em sua face norte, articulam-se por uma varanda que cede suas venezianas de aço cortén para o controle da incidência solar nos dormitórios. Tem-se, desta forma, a conexão entre os dormitórios através de duas circulações, onde a posterior – face norte – conecta-se ainda uma varanda que se apropria da cobertura do volume térreo gerando uma varanda alternativa e descoberta fora do volume bem definido dos dormitórios.
Certa rusticidade pretendida pelos clientes foi a condição determinante para a utilização de materiais brutos como concreto aparente, aço cortén e ferro. O manejo destes materiais permitiu rechaçar elementos de acabamento pré-fabricados. Assim, esquadrias, puxadores, guarda-corpos e corrimão foram detalhados em ferro. Procedimento que garantiu, no caso das janelas, perfis mais esbeltos e menos incisivos nos planos envidraçados das faces sul e norte.
Ainda que dentro de um condomínio residencial, a Casa Hayashi tenta desarticular uma postura ensimesmada, já consolidada no diálogo entre condomínios e cidade, e ante as contradições inevitáveis da prática projetual, atentar ao território, à geografia.