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Arquitetos: depA; depA
- Ano: 2011
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Fotografias:João Crisóstomo
Descrição enviada pela equipe de projeto. O espaço de estar, no Avenal, não é mais que uma resposta concreta a um problema abstrato.
Para uma casa rural, de fim-de-semana, um enunciado vago: “é necessário fazer uma intervenção, pensamos que no exterior”. Este, o único dado fornecido pelo cliente. Descobrir que intervenção foi o primeiro exercício. O projecto de arquitectura começou um passo atrás do habitual – antes de resolver a equação foi necessário inventá-la.
Percebemos, afinal, que era uma intervenção espacial que fizesse a casa-mãe dialogar com o logradouro – numa cota superior - desafogando-a do terreno, aumentando-lhe o horizonte, melhorando a circulação e o momento de chegada à casa. Além disso, e acima de tudo, fazer com que se estivesse e habitasse mais a cota superior.
Guardámos as palavras horizonte, circular, estar e habitar.
Dois muros rasgam o terreno e condensam uma escada, abrindo a casa ao logradouro.
O branco traz a luz necessária, enquanto o material e a textura o conforto.
A eixo com a escada, como limite e como “elemento rótula”, desenha-se o espaço de estar.
Conjugam-se aqui os elementos primordiais: a matéria (abrigo), habitada na sua espessura pela água e pelo fogo. É mais uma vez explorado o conforto da textura branca criada pelo tijolo pintado. A cobertura, em sumo equilíbrio, projeta-se no vazio, ao mesmo tempo que comprime o espaço potenciando a ideia de acolhimento, de aconchego. O lugar constrói-se também deste confronto entre a pureza do branco e a rudeza do concreto cru.
Os buxos (arbustos replantados), que hão-de crescer, adicionam mais uma textura e são plano cenário, horizonte verde, orgânico que envolve toda a intervenção.