Descrição enviada pela equipe de projeto. A residência, destinada a um jovem casal, busca investigar as relações entre o interno e externo através de uma série de espaços intermediários. Estes espaços realizam um questionamento sobre onde se iniciam as varandas, área de lazer e espaços tradicionais como sala ou home theater, assim como seus limites.
Os espaços fechados são organizados em diferentes blocos sob uma espaçosa cobertura de concreto aparente que faz referência a arquitetura moderna paulista, sobretudo ao trabalho de Vilanova Artigas. Esses blocos são marcados por revestimentos diferentes para acentuar a setorização, assim como facilitar a apreensão imediata do observador de que são locais com funções diferentes. O espaço avarandado que permeia todos os ambientes possui ora pé direito simples, ora duplo dependendo do local em que o visitante se encontre e da relação entre os diferentes volumes internos. Nesse rico espaço de transição é onde se imagina que boa parte do tempo do morador será gasto em comunhão com o construído e o paisagismo circundante. Passarelas metálicas ligam a residência a taludes de compensação que fazem às vezes de muro, revelando um jardim superior de uso intimo ao mesmo tempo em que formam uma marquise para a entrada social da casa.
O posicionamento da cobertura foi calculado em relação à orientação solar. Assim no verão ela sombreia toda a casa e cria uma generosa varanda ligada à piscina e a área de lazer. Já no inverno, o sol mais baixo passa por debaixo da cobertura e “esquenta” os volumes ocupados da residência.
O projeto parte de um conceito simples; uma cobertura e estrutura “guarda-chuva” que abriga blocos distintos dos setores da casa enquanto um espaço fluido entre o interno e externo é criado. Este conceito bastante simples criou complexidades espaciais e estéticas interessantes durante o desenvolvimento do projeto, acentuando a intenção de criar espaços novos em uma reinvenção das tradicionais varandas brasileiras.