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Arquitetos: Herzog & de Meuron
- Área: 1170 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Marco Jetti
Descrição enviada pela equipe de projeto. Quando deixamos de nos envolver com a implementação e realização física de nosso masterplan para a Expo Milão 2015, nunca havíamos pensado em voltar ao local com um projeto real. Por mais que estivéssemos convencidos de que nosso masterplan era uma boa plataforma para a reinvenção de uma exposição mundial no século XXI, compreendemos que os organizadores não tomariam as decisões necessárias para convencer as nações participantes de abrir mão de suas convenções e auto-contemplação em vez de focar em suas contribuições específicas à agricultura e produção de alimento.
Também sabíamos da resistência de Carlo Petrini em participar de um evento que daria exposição a grandes companhias agrícolas em vez do seu movimento Slow Food. Mas Carlo Petrini foi, desde o início, uma das figuras mais importantes e interessantes no planejamento e foi, portanto, uma das razões de nosso envolvimento. Sua abordagem intelectual e filosófica radical em relação a questões de biodiversidade e produção de alimentos foi a principal inspiração de nosso masterplan, que posteriormente inspirou todos os pavilhões nacionais, espaços públicos e outras partes da Expo.
Paramos de trabalhar no projeto em 2011 e, para nossa surpresa, o retomamos em 2014 após termos sido convidados pelos organizadores e depois de uma ligação de Carlo Petrini, que explicou o motivo de ter aceito apresentar o Slow Food em um pavilhão especial localizado em um lugar muito particular de nosso masterplan.
O pavilhão deveria permitir que os visitantes descobrissem o significado da biodiversidade agrícola e alimentícia, explorando a variedade de produtos que são os protagonistas dessa biodiversidade.
Nossa proposta arquitetônica e curatorial se baseia em uma organização simples das mesas que cria uma atmosfera de refeitório e mercado. As pessoas podem assistir aos vídeos e ler os textos sobre os diferentes hábitos de consumo e suas consequências para nosso planeta, elas podem discutir com especialistas em agricultura sustentável e produtores locais para saber mais sobre abordagens alternativas e, sobretudo, elas podem experimentar a riqueza da biodiversidade dos alimentos produzidos.
Concebemos três estruturas de madeira que definem o espaço triangular quase que como uma praça de mercado. Esses "barracões" de madeira são edificações longas e estreitas que remetem à tipologia da "Cascina" - casas de fazenda típicas da Lombardia. Após o término da Expo eles serão desmontados e reconstruídos em escolas como parte da iniciativa "Orto in codotta", um programa nacional de educação ambiental e alimentar.